São uma família divertida, simpática e que gosta muito da proximidade do mar. Por isso, o cenário óbvio para encontrar a cantora Wanda Stuart e o produtor Nélson Cabrita com a filha, Eva, de dois anos e meio, era a praia, mais concretamente a que serve o Nikki Beach, em Vilamoura, no Algarve. Entre ensaios e espectáculos, o casal conseguiu tirar o fim-de-semana para gozar em pleno a companhia da pequena Eva, que foi o centro das atenções. – Estas ainda não são as vossas férias a sério…Wanda Stuart – Ainda não, é apenas um fim-de-semana. Estamos a pensar ir os três ao Brasil em Setembro. – A Eva viaja sempre convosco?- As férias são sempre com ela. Sempre quis ter uma filha e não concebo a minha vida sem a Eva. Fazer planos sem ela não me dá sabor algum. Às vezes dizem-nos: "Um fim-de-semana só vocês, faz-vos bem." Eu sei, mas depois estou sempre a pensar: "Se ela estivesse aqui era o máximo." Tanto eu como o pai fazemos a nossa vida, independentemente dela estar ou não, porque a Eva não nos impede de sermos felizes como casal também, aliás, ainda nos sentimos mais completos. A Eva é mesmo parte integrante de nós e ficar longe dela só mesmo por necessidade e também porque lhe faz bem desprender-se um pouco de nós, ser um bocadinho autónoma, o que ela já é bastante. – Imagino que a Eva seja muito mimada…- Muito. Se eu não lhe der mimos agora, dou-lhe quando? Quando ela estiver naquela fase de ‘oh mãe, larga-me’? Damos-lhe muitos mimos, beijos e ela é também muito beijoqueira, agarra-se a nós… É a melhor coisa do mundo. Acho que não faz mal algum as crianças serem muito mimadas, agora, serem mal-educadas é que não. Porque o mimo pode dar-se na proporção da educação. E ela sabe até onde pode ir e, quando não sabe, nós mostramos-lhe os limites. Tem que haver limites para ela ser uma criança bem-educada e saber viver em sociedade, que é fundamental. – Ela já está na escola?- Ainda não, só vai começar em Setembro. Ela tem estado praticamente 24 horas por dia com os pais. Isso tem-se revelado muito gratificante para nós e para ela, e importante no desenvolvimento dela, embora as pessoas às vezes pensem que no infantário se tornaria mais sociável. Eu acho que é impossível, porque esta miúda mais sociável não poderia ser. – Sai à mãe…- É. Ela fala a toda a gente e a todas as coisas que vê na rua. Diz "olá carro", "adeus avião"… Fala com tudo e todos. De certa forma, até nos obriga quase a falar com as pessoas na rua, porque mete sempre conversa. Mas eu acho isso salutar, porque só revela que ela está de bem com a vida e que é uma criança muito feliz. – Vai-lhe custar ficar afastada da Eva quando ela entrar para a escola?- Acho que sim. Por alguns períodos de tempo, nunca mais do que uma semana, ela fica com os avós e fica bem. A saudade começa a bater antes, porque eu sofro por antecipação, mas já consegui controlar e aprender a viver com isso. Porque não a quero agarrada às saias da mãe e às calças do pai para toda a vida. Ela fica bem com as pessoas, é uma menina muito dada. Nós até conversamos com ela e explicamos que vai ter de ficar com a avó porque os pais têm trabalho e ela diz logo: "Com a avó e com os primos, fixe!" Têm uma coelha, cães… têm tudo. É no campo, por isso, mais saudável não podia ser. – Pensam ter mais filhos? A Eva já pede irmãos?- Ainda não. Nós pensamos nisso, obviamente, mas tem sido um bocado complicado arranjar uma agenda que também nos permita abdicar de trabalho… Não é fácil ser artista em Portugal, quando não trabalhamos, não ganhamos, não há licenças de maternidade… e não é só por isso, talvez quando ela começar a ir à escola, não sei… Se acontecer, acontece, não gosto de estar a planear essas coisas. Quando o planeava, não dava certo, portanto…