Apesar de não ter sido um filho planeado, desde o início da gravidez que
Sara Esteves Cardoso, de 33 anos, e
João Campos, de 41, aceitaram a mudança inevitável que sabiam que
Vicente traria às suas vidas. Um ano depois, reconhecem ser o melhor que têm na vida e é com descontração que encaram a menor disponibilidade de tempo para namorar. Foi no Castelo da CARAS, em Estremoz, que a relações-públicas e o músico falaram sobre este amor incondicional.
Sara Esteves Cardoso, de 33 anos, e
João Campos, de 41, aceitaram a mudança inevitável que sabiam que
Vicente traria às suas vidas. Um ano depois, reconhecem ser o melhor que têm na vida e é com descontração que encaram a menor disponibilidade de tempo para namorar. Foi no Castelo da CARAS, em Estremoz, que a relações-públicas e o músico falaram sobre este amor incondicional.
– Quando se é pai e mãe, tudo gira em torno de um filho…
Sara E. Cardoso – Quando somos pais, temos o dever de cuidar dos filhos e protegê-los. A noção de tempo e espaço das crianças é diferente da nossa, e dependem de rotinas diárias para se habituarem aos ritmos e aprenderem a orientar-se no mundo. Portanto, ajudar a disciplinar. Não tem necessariamente a ver com o mundo girar em torno dele, mas sim adaptar o nosso mundo ao dele e vice-versa.
João Campos – Somos aquela espécie de mamífero que demora muito tempo a ser autossuficiente, por isso, cabe a nós, pais, garantir, cuidar, proteger, ensinar, apoiar, amar esta cria que de nós depende. Nós somos o mundo deles até perceberem que há um infinito a descobrir para além dos pais. Todo este processo exige de nós essa presença 24 horas por dia. Esse mundo gira à volta dos três.
– O Vicente é crescido para a idade. Sai a quem?
– À mãe, claro, e à família da mãe, tanto paterna como materna. São todos altos! Tenho em gerações anteriores pessoas altas na família, mas somos latinos no que respeita à altura.
Sara – É bom para, daqui a uns anos, pôr o braço em cima do meu ombro e levar-me ao colo [risos].
– A vossa vida mudou muito com a chegada dele?
– Mudou, até na forma de se ver o mundo. Esta pessoa, que é fruto de uma união, revolucionou as nossas vidas e os nossos sentidos. É a melhor sensação do mundo vê-lo descobrir diariamente as coisas da vida e até a chamar-nos a atenção para tantas já esquecidas. Aprendemos com ele diariamente.
João – Tudo isto é avassalador. É maior que nós, é difícil explicar. A vida muda, é inegável. Exige de nós muita atenção, dedicação, e pelo menos uma vez por dia pensar no futuro. O que será do futuro? Isso é assustador por vezes, observando o mundo, mas é apaixonante saber que eu e a Sara vamos ter a oportunidade de conviver com ele a vida inteira.
– Há uniões que não resistem à chegada de um filho. O Vicente veio fortalecer a vossa ou por vezes sentem saudades da vida que tinham antes?
– As uniões entre duas pessoas são postas à prova em várias situações durante a vida em comum. Um casal que resiste não desiste, investe e cuida da relação, deverá passar por este desafio com um sorriso nos lábios, por mais difícil que possa parecer em certos momentos. É exigente, sim. É avassalador, sim. É gratificante como nada na vida, sem dúvida. Temos a perfeita noção de que saudades vamos ter, daqui a uns anos, de quando ele era bebé.
– E o Natal, ganhou outra importância?
– Para mim, sim. O Natal com crianças é mais bonito e agora que tenho também uma sobrinha, já anseio ver papel de embrulho rasgado à frente da lareira e olhos a brilhar com os presentes.
Sara – Claro! A magia voltou. Quero passar essa magia, tão especial, do Natal para o Vicente. Fui educada assim, com renas e as suas cenouras, Pai Natal, meias para presentes, a meia-noite e a ansiedade, copo de leite e bolachas para o Pai Natal, tudo o que tem a ver com o Natal. Quero todo esse imaginário na infância do Vicente.
– Como vai ser passado o Natal?
– Em família. Aproveitar cada momento com as pessoas de quem mais gostamos, mimar o Vicente, comer doces e partilhar esses momentos todos agora com mais este presente chamado Vicente.
– Em que fase é que ele está?
João – Só vê a mãe à frente. É lindo observar e ser espectador dessa relação tão única e especial. Eu sou o parceiro para a destruição e brincadeiras que extrapolam a própria fragilidade física dos objetos: explorações quiméricas do sofá até ao móvel. Somos dois conquistadores sob o olhar protetor da deusa mãe. É um constante mundo novo para o Vicente e ele dá-me a mão para o descobrir com ele, é incrível.
– Desde que ele nasceu já conseguiram ter algum momento a dois ou tudo só faz sentido se ele estiver presente?
– Muito poucos, admitimos até essa falta. Mas estamos verdadeiramente rendidos a esta unidade a que chamamos ‘bolha’. Sempre nos custou afastarmo-nos dele. Já o deixámos com as avós algumas vezes para desfrutar desses momentos. Tudo a seu tempo. Sabe bem estarmos os três.
– O Vicente já está na escola ou a liberdade que têm de horários faz com que queiram aproveitar todos os momentos do seu crescimento?
Sara – Ainda não. Optámos por ficar com ele para o aproveitar, seguindo fielmente as instruções do “nosso” pediatra. Irá para o ano. Essa decisão, aliada aos nossos horários profissionais, fez com que pudéssemos usufruir e presenciar cada segundo do crescimento do Vicente. Tem sido um privilégio assistir a tudo. Somos felizes.