Catarina Furtado é uma mulher que dispensa apresentações. Com uma carreira já longa ligada à televisão, assumiu este ano a condução do Festival Eurovisão da Canção, ao lado de nomes como Daniela Ruah, Filomena Cautela e Sílvia Alberto.
Apesar do sucesso do decorrer daquele certame musical, com sonoridades oriundas de vários países, surgiram críticas de fãs da Eurovisão que consideraram que Catarina Furtado não esteve à altura do desafio, lançando ataques à sua pronúncia do inglês, entre outros pontos. A apresentadora acabou por publicar esta à tarde uma “carta aberta” sobre o assunto onde demonstra, de várias formas, que não tem nada a temer no que diz respeito ao seu percurso profissional que a levou até aqui, deixando transparecer os seus vários interesses, bem como a forma como abraçou os vários desafios.
“Sou uma mulher de muitas facetas e sonhos. Nunca fui adepta de rótulos na minha carreira. Sou o que sou. Comecei a minha carreira como bailarina clássica e depois, contra todas as expectativas, fiz formação em jornalismo. Trabalhei para rádios, jornais e revistas. Fui desafiada a testar os meus ‘dotes’ enquanto apresentadora de televisão (e já lá vão 27 anos!). Fiz parte da equipa envolvida no lançamento do primeiro canal de televisão independente, SIC, e desde então nunca mais parei de trabalhar no meio. Mas sempre persegui os meus desejos: em 1995 mudei-me para Londres para estudar representação. Abracei a carreira de actriz, no teatro, em cinema, em séries de tv, em dobragens , na narração de espectáculos, (o mais recente filme vai estrear em Portugal a 26 de Julho, Linhas de Sangue)”, escreveu.
No longo texto publicado nas redes sociais, onde se diz agradecida pela oportunidade que este ano teve, recordou ainda a sua ligação à música através da escrita de letras e o lado social com que tem vindo a encarar as causas a que se associa. “Em 2000 fui convidada para ser Embaixadora de Boa Vontade do UNFPA, a agência das Nações Unidas para os direitos e saúde reprodutiva. Esta importante missão fez-me desenvolver a minha vertente de documentarista com Príncipes do Nada, que vai na sua quarta temporada na RTP, e que retrata o nobre trabalho de voluntários e de ONG em países em desenvolvimento e, infelizmente, a intolerável situação que muitas mulheres e meninas vivem ainda hoje, tendo os seus direitos violados. Esta experiência que tenho vivido junto do UNFPA levou-me também, em 2012, a fundar a Corações com Coroa, que tem por objectivo promover uma cultura de solidariedade, não violência e não discriminação, de igualdade de oportunidades e de género e de inclusão social. No meu livro ‘O que vejo e não Esqueço’ partilho muitas destas vivências. Depois de tudo o que fiz até agora, ser vista por 200 milhões de pessoas na Eurovisão tornou-se uma experiência inesquecível para mim. Estou muito grata!”, conclui.