É provável que o nome Enrique Arce passe despercebido à maioria das pessoas, mas se falarmos em Arturito, a sua personagem na mundialmente famosa série da Netflix La Casa de Papel (cuja terceira temporada já está a ser gravada), soam os alarmes. O ator espanhol, de 45 anos, esteve em Lisboa para a apresentação do seu primeiro livro, A Grandeza das Coisas sem Nome, e, além de se afirmar um apaixonado por Portugal, revelou-se um homem divertido, que gosta das coisas simples da vida e que não se deslumbrou com o êxito.
– O que o atrai mais em Portugal?
Enrique Arce – Portugal fascina-me e Lisboa é a minha cidade favorita na Europa. Sempre disse isso, tenho muita afinidade com este local. Sempre que venho em trabalho, tento ficar mais dois ou três dias. Já gravei no Porto, no Alentejo, na Costa Vicentina, e é espetacular. Há sítios maravilhosos e há muita melancolia. E adoro o fado e a comida. Acho que não há nada de que não goste!
– Imaginava-se a viver aqui?
– Não seria nada descabido. Portugal é mais calmo e tem tanta qualidade de vida como Espanha.
– Como nasceu o seu livro?
– Numa altura em que a produção cinematográfica, teatral e televisiva em Espanha estava em crise. Estive dois anos com pouco trabalho, mas tinha feito um filme em Inglaterra, e quando fui à estreia a produtora disse-me que lá poderia trabalhar muito. Mudei-me, mas de início foi muito difícil, por causa da solidão, pois não conhecia muita gente. Isso proporcionou-me muito tempo para pensar. A criatividade tem de sair de qualquer maneira, por isso dessa vez foi de forma literária.
– Sente-se feliz com esta conquista?
– Muito. O livro fala, sobretudo, de emoções e crescimento espiritual. É quase como uma catarse.
– E o feedback tem sido bom?
– Alucinante, mesmo. As críticas são brutais e tenho gente que me envia mensagens no Instagram a falar na transformação que este livro provocou nas suas vidas. Acho que funciona como uma terapia.
Uma entrevista para ler na íntegra na edição 1233 da CARAS