Por ocasião dos 80 anos de Manuela Ramalho Eanes, Fátima Campos Ferreira quis entrevistar a antiga primeira-dama. Apesar de não gostar do protagonismo que esta entrevista implicava, Manuela Ramalho Eanes acedeu ao pedido da jornalista e o resultado foi agora editado em livro. O lançamento aconteceu no El Corte Inglés, em Lisboa, e a sala foi pequena para todos aqueles que quiseram homenagear uma vida que não se dissocia da história do nosso próprio país. “Este é um momento em que me sinto mais sensível. E sinto-me, ao mesmo tempo, comovida e sensibilizada. Foi preciso fazer 80 anos para que a Fátima me convencesse a dar esta entrevista. Não gosto de protagonismo, não gosto de palco, mas vivemos num mundo tão desumanizado que é preciso dar esperança às pessoas. E é o que digo sempre aos meus filhos e aos meus netos: não temos fábricas, não temos nada em offshores, mas o que lhes deixamos é a dignidade e o serviço ao país”, admitiu a biografada, que foi surpreendida com a presença de dois dos seus netos, António, de nove anos, e Madalena, de sete. “O meu filho Miguel hoje fez-me uma surpresa ao trazer-me a minha querida Madalena, que vai ser uma grande escritora, e o meu António, com quem jogo futebol”, partilhou.
No livro Fátima Campos Ferreira Entrevista Manuela Eanes fala-se da vida da sua protagonista e, como não podia deixar de ser, de muitos momentos partilhados com o marido, o antigo Presidente da República António Ramalho Eanes. “Estamos casados há 50 anos, há quase duas vidas. Tive sorte em encontrar uma mulher cheia de força e de empatia. Mas acho que as homenagens são sempre um mau sinal, é sinal de que se está no fim”, admitiu o general neste fim de tarde em que também foi acarinhado por muitos amigos. “Gosto muito da Dr.ª Manuela, tenho por ela e pelo casal uma estima profunda. São um exemplo de simplicidade, de honestidade e de honorabilidade”, sublinhou Helena Sacadura Cabral.
Emoções marcam lançamento de livro sobre a vida de Manuela Ramalho Eanes
Depois de ter entrevistado a antiga primeira-dama, a jornalista Fátima Campos Ferreira percebeu que tinha em mãos o “retrato de alguém em paz.”