Robert Mugabe morreu esta sexta-feira aos 95 anos no hospital Gleneagles em Singapura, onde estava internado desde abril.
Nasceu a 21 de fevereiro de 1924 na antiga colónia britânica da Rodésia. Foi educado numa escola de jesuítas e, mais tarde, licenciou-se em economia, em Londres. Começou a sua carreira profissional como professor no Gana e só aos 36 anos regressou à sua terra natal, para fundar a União Nacional Africana do Zimbabué (ZANU), organização que liderou por mais de 40 anos e que pretendia derrubar o governo ditatorial de minoria branca que liderava então o país.
É preso em 1964 devido às suas atividades políticas revolucionárias e libertado dez anos mais tarde, tendo aproveitado para se refugiar em Moçambique, que entretanto se tinha tornado independente no pós 25 de abril. É naquele país que traça uma estratégia para derrubar a ditadura imposta no seu país.
Vence as primeiras eleições na nova República do Zimbabué em 1980 e é acolhido como um libertador. No entanto, o herói da independência rapidamente se aproxima do regime que ajudou a derrubar, fazendo mau uso do poder que lhe foi concedido. As fraudes eleitorais, a repressão da oposição e a violenta reforma agrária imposta na viragem do milénio são fortemente condenadas pelos países ocidentais.
Ao longo dos anos, e devido às medidas ditatoriais que foi tomando, foi sendo progressivamente abandonado pelos apoiantes do regime, até que no final de 2017 foi obrigado a renunciar ao lugar, na sequência de um golpe militar apoiado pelo seu próprio partido, tendo deixado o país mergulhado numa profunda crise económica.
Após a renúncia, e devido a problemas de saúde, poucas foram as aparições públicas de Robert Mugabe.