Morreu esta terça-feira, 19 de novembro, o músico José Mário Branco, nome maior da canção de intervençao no pós 25 de abril de 1974. A notícia foi confirmada pelo manager do cantor em declarações à Agência Lusa.
Nasceu a 25 de maio de 1942 e cresceu entre o Porto e Leça da Palmeira. Frequentou o curso de História, primeiro na Universidade de Coimbra, e mais tarde na Universidade do Porto, mas nunca o concluiu. Foi membro do Partido Comunista Português. As perseguições da PIDE forçaram-no, na década de 1960, ao exílio em França. Regressou ao país que o viu nascer após a revolução, altura em que fundou o Grupo de Ação Cultural.
Compôs e cantou noutras vertentes artísticas como o cinema, teatro e a televisão, tendo integrado inclusivamente A Comuna. Poucos saberão que, aos 64 anos, já em 2006, iniciou uma licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido distinguido como o melhor aluno do seu curso.
Trabalhou ao lado de muitos artistas de relevo e de diferentes géneros musicais como Camané, Carlos do Carmo, Fausto Bordalo Dias, Janita Salomé, José Afonso, Luís Represas e Sérgio Godinho, entre outros.
Cantautor por excelência, do seu repertório permanecem temas incontornáveis como “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” e “Inquietação”.
Gravou o último disco de originais, intitulado de “Resistir é Vencer”, em 2004. Cinco anos depois formou o projeto musical Três Cantos, ao lado de Sérgio Godinho e Fausto Bordalo Dias. Em 2018 completou 50 anos de carreira. Para celebrar a data editou um disco duplo com temas inéditos, gravados entre 1967 e 1999.
Em 2017 foi lançado o documentário “Mudar de Vida – José Mário Branco, vida a obra”, que viria ser distinguido com o galardão de Melhor Documentário de Longa Metragem pela Academia Portuguesa de Cinema.