A casa de Carolina Deslandes e de Diogo Clemente está em festa. Guilherme, o terceiro filho do casal, completa esta sexta-feira, 13 de dezembro. A cantora aproveitou a ocasião para partilhar alguns dos medos vividos no dia do parto.
“Olá o meu nome é Dra. Ana, sou a pediatra de serviço no hospital esta noite e eu vou ter de levar o seu filho”, no meio de perguntar o que é que se passava e chorar ao mesmo tempo enquanto me levavam o meu filho acabado de nascer só conseguia gritar ao Diogo ‘Vai com ele! não o largues, vai com ele!’ Depois disto coseram-me e levaram-me para o recobro. Eu repeti a mesma pergunta um milhão de vezes ‘O que é que se passa com o meu filho? Porque é que não me trazem o meu filho?’ E toda a gente trocava olhares e respondia ‘precisou só de receber um bocadinho de calor, daqui a 20 minutos trazem-no.’ Passaram seis horas. As mais longas da minha vida. Já chorava sem esforço e perguntava ao Diogo se ele achava que o nosso filho achava que tinha sido abandonado por não estar perto da mãe, por não estar a ser amamentado, por não estar comigo”, começa por contar numa longa publicação.
E prossegue: “Seis horas depois senti os dedos dos pés e levantei-me. Posso-vos dizer que acabada de fazer uma cesariana, a terceira, eu sentia-me capaz de correr e ir ter com o meu filho. Porque sentia-o a chamar por mim. Fui até aos cuidados intensivos e la estava ele. Dentro de um aquário, cheio de tubos de todas as cores. “Porque é que me mentiram?” Dizia eu ‘Disseram que ele só vinha receber calor.’ Fiquei naquelas poltronas horas. Já me deixavam pegar nele ao colo e eu ficava la o máximo tempo que era possivel. Quando me mandavam descansar eu esperava que toda a gente adormecesse e metia-me na cadeira de rodas e ia sozinha. Foram oito dias de cuidados intensivos. Depois viemos para casa e como os meus filhos mais velhos estavam doentes, não puderam estar em contacto com o Gui. Passamos o Natal e a passagem do ano sozinhos, agarrados,colados um ao outro para compensar o tempo perdido.”
Os receios sentidos naquele dia prolongaram-se no tempo: “Durante meses, muito mais do que gosto de admitir, acordava em pânico porque sonhava com isso. A mesma voz, no meu ouvido ‘Olá o meu nome é dra. Ana’ e ia a correr ver se o meu filho estava a respirar. Acho que passado um ano estou melhor, mas de vez em quando os nossos olhos cruzam-se numa brincadeira e eu volto a ve-lo, num aquário com fios de todas as cores. Meu Guilherme, nasceste com pressa de amar e ensinar coisas. Foste a maior certeza que tive na vida.”