Um mês depois de ter sido multipremiada no Festival de Cinema de Veneza, Ana Rocha de Sousa viu o seu filme, Listen, estrear nas salas de cinema portuguesas. Feliz, a realizadora, de 41 anos, não disfarçou o entusiasmo: “As minhas emoções ainda estão ao rubro, preciso de voltar ao meu casulo e ao espaço que fui criando ao longo dos anos para conseguir voltar a criar. Mas estou muito satisfeita, porque finalmente estamos nas salas de cinema. É uma grande sensação de felicidade e de missão cumprida e um alento para continuar neste caminho. Espero que este filme traga as pessoas ao cinema e que percebam que não é um ato de loucura em tempos de pandemia, mas sim algo que se faz em segurança.”
Lúcia Moniz, protagonista deste filme – que fala do drama de famílias portuguesas imigradas no Reino Unido a quem os serviços sociais, por diversas razões, retiram os filhos e os encaminham para adoção –, estava igualmente feliz: “Este filme merece que as pessoas tomem as devidas precauções e venham ao cinema. A cultura merece. É uma história marcante e que, creio, dará vontade de espalhar palavra sobre o assunto, já que retrata uma realidade, mas é também uma chamada de atenção para um assunto que muita gente desconhece. O lado poético que o filme possa ter tem a ver com os enquadramentos, com as cores, com a plasticidade toda do filme, que a Ana tão bem sabe fazer.”
A atriz Ana Brito e Cunha esteve entre os vários convidados e antes da exibição previa que não sairia desapontada: “Tenho a certeza de que vou adorar este filme. Estou muito entusiasmada e até emocionada por estar aqui, porque a Ana merece tudo o que lhe está a acontecer.”