Desde o aparecimento do primeiro caso de Covid-19 em Portugal, em março do ano passado, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, passou a fazer parte do dia a dia de todos nós.
O excesso de trabalho que esta nova realidade lhe trouxe implicou que tenha passado a sua vida pessoal para segundo plano, conforme nos confessou na entrega dos Prémios Executiva, dos quais foi uma das 25 premiadas: “Há mais de um ano que a minha família não tem tido grande apoio, pois passo muito pouco tempo com eles. Fico, obviamente, triste, porque perdi alguns meses de convívio, em especial do crescimento dos meus três netos [duas gémeas de quatro anos e um rapaz de ano e meio], mas tento comprensar da forma que posso e quando estou com eles dou-lhes toda a atenção possível. Tem sido uma vida muito diferente e muito difícil, e não sei se irá voltar a ser o que era antes.”
Quanto ao prémio, Graça Freitas ficou bastante satisfeita com a sua distinção, mas, acima de tudo, por ver várias mulheres serem distinguidas pelos seus percursos: “No meu caso, é o reconhecimento de um trabalho que não fiz sozinha, e é em nome das pessoas que trabalham comigo que interpreto esta atribuição. Sozinha não estaria aqui de certeza.”
Fotos: João Lima