Soraia Tavares é artista da cabeça aos pés. Filha de imigrantes cabo-verdianos, descobriu cedo a sua vocação: já fez teatro, televisão e cinema, dobragens, concorreu a diversos programas musicais e, há poucas semanas, cumpriu mais um sonho, o lançamento do seu primeiro álbum de originais, A Culpa É da Lua. “Está a correr tudo muito, muito bem, como não previ. Não tinha consciência de que o filme [A Pequena Sereia, no qual dá voz a Ariel na versão portuguesa] iria ter tanto impacto, principalmente nos mais crescidos. Em relação à música, é um momento de grande realização pessoal, estou muito feliz”, referiu na apresentação da coleção de verão da Calzedonia.
A poucos dias de completar 29 anos, a cantora e atriz admite que pretende conciliar a música e a representação, duas das suas paixões. “Quero que as duas andem a par. Lancei agora o disco, mas tenho coisas agendadas como atriz até ao fim do ano. No próximo ano, quero focar-me em cantar o meu álbum ao vivo. Sou feliz a respeitar-me profissionalmente, a seguir o meu instinto e a ser menos cerebral. Quando isso acontece, as coisas correm-me melhor. Gosto que oiçam a minha música, que me vejam em contextos diferentes e cause reação nas pessoas. A nível pessoal, gosto de estar com as minhas pessoas e fazê-las rir”, reconheceu, sublinhando que ainda sente falta de representatividade no meio artístico. “Já senti isso na pele. E afeta-me na capacidade de me visualizar nestes sítios e nos sonhos que tenho. Nesse sentido, sou bastante corajosa, um bocadinho como a Ariel, porque, sem ter grande representação de onde quero chegar, vou à luta.”
A apoiá-la tem a família, os amigos e o namorado, o ator e músico Vicente Wallenstein. “Ele é mais discreto e eu respeito isso. Respeita muito o meu trabalho, apoia-me e dá-me dicas incríveis. Ele é artista também, peço-lhe ajuda e considero muito a sua opinião. Não podia estar melhor”, concluiu.