Aos 48 anos, não é difícil à australiana Elle MacPherson explicar por que foi um dos ícones da moda nos anos 90. Ainda hoje a antiga top-model e agora empresária mantém as características físicas que lhe valeram o epíteto The Body (o corpo) e a jovialidade e descontração que lhe dão uma merecida aura de simpatia. Contudo, algumas coisas mudaram na sua vida: se antes o corpo era a sua base de subsistência, hoje acredita que o sucesso pode passar por outros caminhos. “Sempre fiz por agir de forma inteligente. Venho de uma família com estudos superiores e nunca quis ser só uma menina bonita, queria criar algo maior e hoje posso dizer que consegui”, explica MacPherson numa entrevista feita no ambiente paradisíaco da Ilha da Caras, no Brasil, e na qual fala ainda sobre os filhos, Arpad Flynn, de 13 anos, e Aurelius Cy, de oito, fruto do relacionamento já terminado com o empresário milionário Arpad Busson.
– Neste momento tem variadíssimos projetos entre mãos. Como consegue gerir o seu tempo?
Elle MacPherson –
O meu dia parece que tem 36 horas… [risos] Tenho de aprender a trabalhar menos, a relaxar, mas não sou muito boa nisso. Vivo em Londres, tenho negócios na Austrália e nos EUA e por causa dos fusos horários, trabalho quase sempre de dia e de noite. Acordo às 5 da manhã, fico a meditar 45 minutos, tomo um banho rápido e acordo os meus filhos às 6h15. Preparo o pequeno-almoço, deixo-os na escola, vou à ginástica e daí sigo diretamente para o meu escritório. Às 16 horas vou buscá-los, ajudo com os trabalhos de casa, faço o jantar e depois de eles adormecerem, por volta das 22 horas, volto a trabalhar.
– Entretanto, tem um programa de televisão que pretende encontrar novas modelos… O que procura nas candidatas?
– Uma personalidade fantástica e versatilidade. Espero ver meninas altas, com ombros largos, pele saudável, corpo exemplar e um rosto fora do vulgar. Mas não têm que se parecer comigo. Procuro raparigas interessadas em aprender, corajosas e espontâneas.
– Nessa idade, algum dia imaginou que teria tanto sucesso?
– Eu queria estudar Direito, por isso o que faço hoje como executiva não está muito longe do meu primeiro sonho. Gosto de usar a criatividade, estratégias, negociações. Sinto que estou apenas a começar um novo ciclo na minha carreira. A mulher tem um instinto de cultivar, e quando dirige uma grande empresa, por exemplo, isso é benéfico para todos, porque sabe lidar com o crescimento a longo prazo. A sociedade precisa de mulheres a ocupar cargos importantes para incentivar o progresso.
– Começou a criar lingerie há quase 20 anos. Tem ideia de quantas peças já possui?
– Centenas. Uso sempre
lingerie
a condizer. Alguns conjuntos tenho em dez cores diferentes. Tenho um fetiche por
lingerie
, adoro as peças do dia-a-dia, as mais ousadas, os
bustiers
… Geralmente, as pessoas dão atenção ao que usamos por fora, eu prefiro usar umas calças de ganga básicas e uma
T-shirt
com uma
lingerie
maravilhosa por baixo. Todas as mulheres querem sentir-se confortáveis e
sexy
.
– E cuidados de beleza, tem muitos?
– Gosto de ter a pele bronzeada, mas protejo o rosto e a zona do decote. Uso poucos, mas bons produtos de beleza. Evito hidratos de carbono, bebo três litros de água por dia e uso hidratante em todo o corpo. Não encaro a alimentação regrada como castigo, cuidar do corpo só faz bem.