Caras | Príncipe André prepara a sua defesa e diz-se disponível para enfrentar júri

Príncipe André prepara a sua defesa e diz-se disponível para enfrentar júri

Filho de Isabel II ainda pode fazer um acordo extrajudicial com a vítima, que certamente lhe custará caro.

No documento entregue pelos seus advogados em tribunal, o duque de York nega que fosse “amigo próximo” de Ghislaine Maxwell, entretanto acusada de tráfico sexual e aliciamento de jovens. No entanto, há imagens do príncipe e da “socialite” juntos em eventos sociais que sugerem o contrário.

Duas semanas depois de ter sido recusado o pedido de arquivamento do processo interposto por Virginia Giuffre, que acusa o príncipe André de abuso sexual quando aquela era menor de idade e em três situações distintas – em residências do milionário Jeffrey Epstein, que entretanto se suicidou, e com a cumplicidade de Ghislaine Maxwell, que já foi condenada por tráfico sexual e aliciamento de menores –, os advogados do duque de York entregaram um documento de 11 páginas no Tribunal Federal de Manhattan a contestar, parágrafo por parágrafo, as acusações da alegada vítima.

“O príncipe André nega que tenha sido conspirador de Epstein ou que Epstein tenha traficado raparigas para ele”, escrevem os advogados do príncipe no referido documento, onde é ainda negado que o filho da rainha Isabel II fosse “amigo próximo” de Ghislaine Maxwell ou um “convidado frequente” das casas de Jeffrey Epstein. André admite, contudo, que conheceu Epstein em 1999, que este e Ghislaine estiveram na sua festa de aniversário em 2000 (ano em que os recebeu no Castelo de Windsor e os levou às corridas de Ascot) e que estava hospedado na mansão do milionário em Nova Iorque quando foram fotografados no Central Park, em 2010. No mesmo documento, os advogados do príncipe exigem que “o julgamento seja feito por um júri” em todos os fundamentos da queixa civil.

Esta foi, refira-se, a primeira ação legal do príncipe enquanto cidadão comum, já que entretanto lhe foram retirados os títulos militares e patrocínios reais. Acredita-se que a defesa do príncipe irá continuar a tentar descredibilizar a alegada vítima, e a estratégia deverá passar por evitar que o julgamento se realize de facto, já que ser bombardeado em tribunal com questões do foro privado, nomeadamente da sua vida sexual, seria não só humilhante como um golpe muito forte na imagem da monarquia britânica.

Se, de facto, conseguir alcançar um acordo extrajudicial com Virginia Giuffre, uma coisa é certa: terá de desembolsar milhões de euros. Se tal se verificar, levanta-se outra dúvida: estando desempregado e tendo como rendimento apenas uma pensão de ex-oficial da Marinha, onde irá buscar o dinheiro da indemnização?