Juntos há 18 anos,
António e
Ivete Oliveira criaram um "
vínculo semiótico" que os une como só nas histórias de amor clássicas nos recordamos de ouvir contar. Conheceram-se tinha ele 40 anos e ela 37 e, desde então, têm construído uma relação com "
pilares de betão", que, asseguram, não abana perante as adversidades.
A pior começou há seis anos, quando souberam que Ivete tinha cancro da mama. Enfrentaram juntos esta grande prova de resistência e conseguiram sobreviver aos tratamentos e à recidiva que os voltou a assombrar há três anos. Com consultas periódicas e exames duas vezes por ano em Houston (EUA), onde tem sido sempre acompanhada, a professora do ensino básico teve e tem no marido o seu grande suporte: "
O apoio do António é fundamental. Ele está sempre nos meus pensamentos. O que vivemos juntos faz-me sentir jovem. Sou muito feliz!"

Orgulhoso e admirador da força da mulher, o ex-selecionador nacional, empresário e jurista recorda o que viveu quando Ivete adoeceu: "
Foi terrível! No primeiro momento pensa-se que é o fim. Mas hoje falamos da Ivete como uma resistente, como alguém que renasceu. Está aqui linda e viçosa, com a graça de Deus e dos médicos. Só tenho pena de não a ter conhecido há mais tempo!"
Atualmente, Ivete é voluntária na Liga Portuguesa Contra o Cancro, no IPO do Porto, onde partilha com outros doentes de cancro a sua experiência, para lhes dar esperança. "
Sinto-me realizada com o trabalho que faço. Adoro dar-me aos doentes, porque sinto o retorno da dádiva que me deram, de ter sobrevivido."

Com a saúde estabilizada, tudo parecia tranquilo na vida de António e Ivete Oliveira, mas o casal voltou a ser posto à prova no início de outubro, com a entrada de
Vasco Oliveira, filho de uma anterior relação do ex-selecionador, no programa
Secret Story – Casa dos Segredos. Apesar de António Oliveira ter comunicado, desde o primeiro momento, que o filho é "
responsável exclusivo pelos seus atos, devendo, de igual forma, assumir as respetivas consequências", Vasco Oliveira não tem dado tréguas ao pai e à madrasta, nem enquanto esteve no programa da TVI, nem nas muitas entrevistas que tem dado à comunicação social desde que de lá saiu. Perante tudo o que foi dito pelo filho, António Oliveira deu a conhecer, na semana passada, que iria processar judicialmente o filho, com o apoio da restante família. Mais um grande teste de união que António e Ivete terão de ultrapassar.
– Habituámo-nos a ver-vos sempre juntos, mas não sabemos como se conheceram…
Ivete Oliveira – Conhecemo-nos através de um amigo comum, no restaurante Maias, na Boavista, que era do António. Na altura eu não sabia que ele estava ligado ao futebol. Eu dava aulas e tinha a minha vida organizada em Espinho. Namorámos uns tempos e fui-me integrando na vida dele com naturalidade e sem deslumbramentos. Vivemos juntos uns anos e antes do Mundial da Coreia-Japão, em 2002, o António pediu-me em casamento. Fizemos uma festa muito simpática, cujo tema foi precisamente a Coreia-Japão, e contámos com a presença de toda a família, inclusive os filhos do meu marido e os meus.

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E 18 anos depois, preparam-se para se casar pela Igreja [assim que sair a anulação do primeiro casamento de António Oliveira], realizando um desejo antigo de ambos. Que balanço fazem da vossa vida em comum?
António Oliveira
– Nestes 18 anos criámos uma relação muito forte, quase um vínculo semiótico. Há toda uma história que conseguimos viver, com altos e baixos, com mudanças, porque fomos sempre cúmplices na busca da satisfação. Somos dependentes um do outro. É muito gratificante, ao fim destes anos todos – que ainda vão a meio do que vamos viver juntos -, sentir que construímos muita coisa boa. Temos a consciência tranquila em relação a tudo o que fizemos e não há nada, nem nenhum momento, que nos possa envergonhar ou retirar o mínimo de confiança ou convicção. Os pilares que construímos são muito fortes, são de betão. Juntos, temos sempre motivos para viver, sorrir, festejar…
Ivete – Porque partilhamos tudo, as coisas boas e as más. A nossa vida vai além do comum…
António – Não pensem que a imagem que passamos é falsa, porque somos mesmo uma fortaleza. A nossa relação não assenta na intriga, nem na aldrabice, nem na futilidade, mas em valores que fomos cimentando e que resultaram no que somos hoje. Não se iludam, não há qualquer fingimento naquilo que somos. Estamos a construir uma relação para nós, tendo presente que tudo é transitório. É-nos extremamente fácil acordar todos os dias bem-dispostos, a sorrir e a cantar, porque temos a consciência tranquila. Sou um homem feliz.
Ivete – Deve haver muitas mulheres que gostariam de estar no meu lugar. O meu marido é incrível. Sinto-me aconchegada ao pé do António, sou muito bem tratada, sou amada e tenho toda a família à minha volta. Não imagino a minha vida sem ele. É ao lado do António que quero morrer.

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As adversidades têm servido para fomentar os elos que vos unem?
– Sim, as adversidades sedimentaram o nosso amor. Tem sido um percurso incomum, difícil. Primeiro, porque temos uma família muito grande e heterogénea. Segundo, porque a vida profissional do meu marido, no futebol, não tem sido fácil. Mas cada vez que ultrapassamos um obstáculo ficamos mais fortes.
–
E como tem sido a sua relação com os filhos do seu marido?
– Tive sempre uma relação cordial com todos os filhos do meu marido. Curiosamente, as pequenas quezílias que tive, quando conheci o António, foi com a
Joana. Ela vivia com o pai e eu fui a mulher que entrou lá em casa… Como sou mãe, mulher e filha única, percebi perfeitamente que estávamos a definir o nosso espaço em casa e na vida do António. Além disso, que se resolveu num instante, nunca tive nenhuma questão com os filhos do meu marido.

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Mas recentemente foram alvo de ataques públicos do Vasco Oliveira, que levaram o António a instaurar um processo-crime contra o filho. Como explica o que está a acontecer?
António – Não tem sido agradável. Quando soube que ele tinha entrado para o programa, estava fora do País, mas fiz um comunicado a demarcar-me dos atos do meu filho, responsabilizando-o como adulto. Mas a partir do momento em que as coisas chegaram a este ponto, vi-me na obrigação de tomar outras medidas, que foram consideradas e decididas em família. O meu núcleo familiar teve conhecimento de tudo. São pessoas que eu amo e pelas quais me preocupo. Não foi uma decisão tomada levianamente. E não sinto qualquer satisfação com isto. Como é habitual, à sexta-feira reunimos em minha casa e tomamos decisões em conjunto. E isto acontece desde sempre. Nunca tomei unilateralmente uma decisão que afetasse, direta ou indiretamente, a minha família, sem consultar o meu núcleo familiar. E não posso dizer mais do que aquilo que está no comunicado.
– O que diz o comunicado?
– Dizemos que as declarações do Vasco publicadas na comunicação social ofendem gravemente a honra e consideração de todo o agregado familiar e, em particular, da Ivete, que sempre foi de irrepreensível conduta moral, social e profissional. Como tal, vimo-nos forçados a repudiar veementemente as falsas, torpes e vis afirmações, que constituem conduta criminosa e causadora de irreparáveis prejuízos. A partir de agora este assunto será tratado em sede própria e não devemos acrescentar mais nada sobre o assunto.
Ivete – Eu só tenho a dizer que é totalmente falso tudo o que tem sido dito pelo Vasco sobre mim e a minha família. Como tal, em sede própria ser-lhe-ão pedidas responsabilidades.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.