A Procuradoria anticorrupção solicitou hoje num documento entregue ao juiz José Castro o arquivamento da acusação da infanta Cristina no âmbito do caso Nóos, onde é alegadamente considerada cúmplice do marido, Iñaki Urdangarín.
Num anexo de 13 páginas, o procurador Pedro Horrach recrimina o facto de terem acusado a filha mais nova dos reis Juan Carlos e Sofía por dois delitos de fraude fiscal com base em “suspeitas”, já que esta está numa “posição indefesa”. “Não há dados, indícios, documentos ou declarações que provem o que até ao momento foi incapaz de justificar-se: uma prova mínima indiciada e objetiva”, pode ler-se. Além disso, Horrach sublinha a “falta de coerência” que houve na altura em que a irmã de Felipe VI foi indiciada.
No entanto, o sindicato Mãos Limpas pede ao juiz que Cristina seja levada a julgamento pelos delitos fiscais e reclama uma pena de oito anos de prisão.
Por sua vez, a Procuradoria anticorrupção solicita 19 anos e meio de prisão e uma multa de 2,5 milhões de euros para o marido da infanta, Iñaki Urdangarín. O duque de Palma é acusado dos crimes de corrupção, fraude fiscal, branqueamento de capitais e desvio de fundos públicos no valor de seis milhões de euros do instituto Nóos, onde foi presidente entre 2003 e 2006.
No auto de 576 páginas, Horrach pede que sejam julgados apenas 15 pessoas implicadas no processo, começando pelos principais sócios do Instituto Nóos, Urdangarín e Diego Torres, a mulher deste, Ana Maria Tejeiro, responsável pelos recursos humanos da entidade, e o irmão desta, Marco Antonio Tejeiro, contabilista da instituição.
A partir destes documentos, o juiz José Castro emitirá uma ordem de julgamento que determinará quem se sentará no banco dos réus.
Procuradoria anticorrupção solicita arquivamento da acusação da infanta Cristina
Pedro Horrach afirma que a acusação da filha de Juan Carlos e Sofía é baseada em "suspeitas".