Na manhã desta segunda-feira, 4 de julho, Tony Carreira esteve no programa da TVI “Dois às 10” numa conversa com Maria Botelho Moniz e Cláudio Ramos. A certa altura, o cantor falou abertamente sobre a espera pela justiça no caso do acidente que resultou na morte da filha, a cantora Sara Carreira, aos 21 anos. “Estou há dois anos para saber o que é que aconteceu à minha filha”, desabafou Tony, ao falar da demora do processo em tribunal.
“Atualmente é uma guerra interna entre a procuradora e a juíza, em que elas não estão de acordo. Mas, não estando de acordo, está aqui um pai, que não sabe ainda o que aconteceu. E eu cruzo-me com pessoas que estão há 10 anos nesta situação. E eu pergunto se a própria justiça acha que isto é normal”, disse o cantor no programa da TVI. Tony queixa-se da demora na justiça portuguesa: “E neste momento estou à espera que a juíza e a procuradora, uma diz que não concorda com o processo, outra diz que concorda… E entretanto está aqui um pai à espera que me digam a mim qualquer coisa. A única coisa que eu quero saber, não quero culpados, não quero nada, a única coisa que eu quero saber e exijo saber como pai, é simplesmente o que é que aconteceu. Porque culpar alguém para mim já não resolve absolutamente nada.”
Recorde-se que o processo que se arrasta no tribunal, para apurar as responsabilidades no acidente de viação ocorrido na A1 que ceifou a vida de Sara, ainda não foi a julgamento. Nas vésperas de se assinalar um ano da morte de Sara Carreira, foi conhecida a acusação por parte do Ministério Público: dos quatro condutores envolvidos no acidente, dois, Ivo Lucas e Cristina Branco, foram acusados de homicídio por negligência e os outros dois, Paulo Neves e Tiago Pacheco, ficaram acusados do crime de condução perigosa. Desses quatro arguidos, apenas dois requereram a abertura de instrução, nomeadamente Cristina Branco e Tiago Pacheco, além dos assistentes no processo, Tony Carreira e Fernanda Antunes. Entretanto, a juíza de instrução criminal do Tribunal de Santarém declarou a acusação nula e a procuradora do Ministério Público recusou-se a reformular o documento, tendo o caso seguido para o Tribunal da Relação de Évora, cabendo agora a decisão de se refazerem ou não certos pontos da acusação aos juízes desembargadores. Este procedimento poderá levar entre quatro a seis meses. Com o tribunal encerrado para férias judiciais no mês de agosto, prevê-se que só haja desenvolvimentos mesmo no final do ano, quando já terão passado dois anos da morte da jovem cantora.