Adquirido há seis anos, o apartamento de uma empresária, em tempos proprietária de uma empresa ligada à área da decoração, está inserido num condomínio de luxo, em Oeiras, com excelentes acabamentos, uma área de 230m e um terraço de 70m, além de todas as vantagens do empreendimento (zonas comuns, como jardim, piscina, interior e exterior, ginásio, sauna, entre outras).
“Utilizo todas as facilidades. E adoro estar lá fora, na minha varanda, onde, quando faz sol, almoço todos os dias… Esta casa permite ainda usufruir de uma vista e luz magníficas”, conta a proprietária, responsável pela composição dos interiores, que, para decorar o exterior, optou por mobiliário da marca Gandia Blasco. “Gosto de ambientes modernos e a modernidade requer linhas simples”, diz.
Surgido na década de 60 nos Estados Unidos da América, o minimalismo (ou, neste caso, a decoração minimalista, em que só há espaço para o que é essencial) continua a despertar a admiração de muitos e a colecionar seguidores. “Queria que os interiores desta casa fossem minimalistas ao máximo. Mas quando comecei a colocar os tarecos, peças que já tinha e outras de família, o resultado foi este, que não é nada despojado”, observa.
Antes da mudança, a proprietária, sem fazer alterações estruturais, ou de fundo, optou por substituir o pavimento existente, nas zonas sociais, por cimento afagado com resina, uma escolha de acabamento simples e que se destaca pela sua praticidade. Nas áreas mais íntimas, a escolha recaiu sobre chão em alcatifa, de tom cinza, permitindo um elevado poder de isolamento térmico, além de criar uma sensação de bem-estar e maior conforto.
O projeto de decoração destaca o cuidado com a otimização dos interiores e evidencia a correta integração dos ambientes sociais: a sala comum, que contempla zona de estar e área de jantar, abre-se para o terraço, favorecendo a sensação de amplitude do espaço. Esta é ainda reforçada por alguns truques, como o uso de espelho, a forrar uma das paredes, a escolha de materiais transparentes (mesa de refeições em acrílico), a escolha e disposição do mobiliário (sofás, banco corrido e poufs, da Trimaple), os tons neutros (“adoro os cinzentos”) e a iluminação (de tecto e mesa) conjugada com a luz natural que entra pela ampla extensão de vidro.
Ao colocar espelho e um quadro a valorizar a mesma parede, criou-se um efeito interessante, já que a composição ganhou movimento, refletindo a tela de Manuel Caeiro, de generosas dimensões (cinco metros de comprimento), adquirida numa das edições da Arte Lisboa, na FIL. “Gosto muito dos jovens pintores portugueses e só tenho pena de não conseguir identificar o autor do quadro vermelho”, lamenta a proprietária, apreciadora de arte contemporânea.
Ainda na sala, para ajudar a quebrar o domínio dos tons cinza, foram inseridos, propositadamente, alguns detalhes coloridos. Tirando a mesa de refeições, os assentos estofados e o mobiliário de exterior, “todas as restantes peças já existiam, trouxe-as para aqui e adaptei-as. No fundo, é uma mistura, mas que garante o essencial: conforto”.
Com capacidade para 12 pessoas, a mesa em acrílico transparente adiciona leveza e confere sofisticação ao ambiente, sem, no entanto, chocar com outros elementos, caso do banco comprido e dos vários poufs, que ocupam pouco espaço à mesa. “Desenhei-a e mandei fazê-la à medida. É um modelo inspirado num outro que vi numa viagem que fiz a Paris. Ideal para quem, como eu, recebe imenso, gosta de receber amigos, dar jantares e ter gente em casa”. Também a solução da iluminação LED, embutida no pavimento, cujo efeito dá um toque moderno ao ambiente de refeições, é da proprietária.
No hall, de acesso a todas as divisões da casa, o retrato da proprietária, da autoria de Eduardo Malta, dá as boas-vindas aos visitantes, junto à cadeira Doctor Sonderbar, desenhada em 1983 pelo designer Philippe Starck.
Tanto a cozinha, com base branca, sentido prático e organização, como os quartos, a suíte e o escritório, mostrando que dá para misturar e preservar o que existe de bom, têm o mar em linha de fundo. Aqui, tudo foi permitido e revela personalidade: “Está feito, e já não mudo mais nada. Nem a cor das paredes nem objetos ou quadros! Aliás, não tenho pachorra”, confessa a proprietária, que encontrou o seu lugar: “Ainda bem que estou aqui, com esta luz, vista, uma família e filhos fantásticos. Morei na Lapa anos a fio e era um inferno para estacionar… Aqui, embora faça tudo de carro, é mais tranquilo… É uma casa para ficar, adoro-a. Não me vejo a sair daqui por nada!”, remata.
Decoração: À base de conforto
Tonalidades sóbrias e uma agradável mistura de peças num apartamento com cerca de 230m2, um terraço generoso e vista de mar.