Meike Harde nasceu em 1987 na Alemanha e estudou Design de Produto na HBK Saar.
Em 2013 estagiou no Studio Benjamin Hubert, em Londres, e em 2013 abriu o seu próprio estúdio, com sede em Saarbrücken. Tem exposto os seus trabalhos em diversas galerias e museus e marcado presença em certames como o London Design Festival ou o Paris Design Week, entre outros. Foi considerada “Newcomer Nominee 2014” pelo German Design Council.
O que a fez escolher a área do design?
Sempre soube que me interessaria por um trabalho criativo. Tornar-me designer de produto foi a melhor escolha que poderia ter feito. O processo é emocionante, principalmente quando acontece alguma coisa por acaso, inesperada, mas com grande qualidade.
O que a inspira a criar?
Tudo pode ser inspirador. Não é uma questão de ‘o quê’ mas ‘quando’! Há alturas em que estou mais aberta à inspiração e alguns momentos em que não estou. Também sou inspirada pelo próprio material – o meu ponto de partida. Este diz-me como usá-lo. Tento fazê-lo de forma sensata. A construção de mobiliário tem de ser adaptada ao material. Muitas vezes é ele que permite a função.
Onde trabalha os seus projetos?
No meu estúdio em Saarbrücken, no sudoeste da Alemanha.
Como define as suas criações?
O meu trabalho pode ser descrito como luz e suavidade, por vezes ornamental, com função inteligente ou construção incluídas, muitas vezes à base de tecido, feminino.
Qual é a sua melhor criação?
As coleções Zieharsofika e London.
Os seus produtos combinam design e sustentabilidade. Em que consiste a força desta aliança?
Todas as pessoas serão obrigadas a reciclar. O problema é que a maior parte do material de boa qualidade e resistência é deitado fora. A minha linha de iluminação Lichtschlucker questiona isso. Mostra uma solução. Mas basicamente é sobre como evitar o desperdício, utilizando embalagens biodegradáveis e compostáveis. Além disso, anseio por materiais de melhor qualidade. A resistência é um fator ecológico importante. Materiais clássicos são ecofriendly. Caso da madeira de uma floresta sustentável ou do algodão.
Por falar em iluminação, como vê o sector, agora e no futuro?
A iluminação irá mudar através de invenções nesta área. Consigo imaginar conceitos de bio-lumineszenz (bioluminescência), a luz natural. A indústria está a trabalhar lado a lado com biólogos para desenvolver produtos biónicos.
O artesanato precisa de ser mais valorizado?
Sem dúvida. As pessoas desejam objetos mais artesanais, mais pessoais, mais originais, após uma década de produção em massa e produtos de baixa qualidade. E isso será bom também para o meio ambiente.
Como imagina o interior de uma casa daqui a 100 anos?
Terá mais peças artesanais e será mais high-tech, o que é basicamente uma contradição.
Se pudesse, mudaria alguma coisa no panorama do design?
Menos cópias. Infelizmente, o design está cheio de remakes e adaptações feitas por designers e apresentadas como se fossem algo novo. Outra coisa que mudaria: os contratos entre os designers e a indústria. Torná-los-ia mais justos, com menos risco e mais royalties.
Decoração: Repensar o ‘design’
A designer alemã, de 27 anos, explora a resistência dos materiais, as aplicações têxteis e um design que tanto é minimal como ornamental.