Como é que o design entrou na sua vida?
O meu avô era um engenheiro de construção,fazia peças para as aeronaves militares Drakene Viggen, da SAAB, logo o plano da minha família era que eu seguisse os seus passos. Mas no final da adolescência descobri a música, mudei-me para Gotemburgo e passei 12 anos ligado a uma banda chamada Candywheel. Fizemos alguns discose andámos em tour. Em 1997 cansei-me da indústria da música, parei e fundei a minha própria empresa de design. Hoje desenho 24 horas por dia, sete diaspor semana.
A passagem pela área da música influenciou o seu trabalho enquanto designer?
Há muitas coisas que aprendi com a indústria da música que agora uso como designer. Numa banda, tal como no design, temos que nos comprometer para alcançar os objetivos. É preciso comunicar bem com quem trabalhamos, sejam produtores ou engenheiros a pessoas do marketing, para que o produto seja vendido. É, acima de tudo, um trabalho de equipa! Às vezes desenho como se estivesse a fazer música. Um sucesso não se alcança sozinho, embora deva manter a nossa própria visão. E essa é a parte mais difícil.
Qual é a sua peça mais bem-sucedida?
O candeeiro Heaven, desenhado para a Markslöjd.
De onde vem a inspiração?
Formas, cores, objetos… Nunca me inspiro num abajur para desenhar um abajur. A inspiração vem sempre de outras formas e objetos. Gosto, por exemplo, das fantásticas formas cerâmicas do ceramista Waistel Coopers. E muitas das minhas peças de iluminação nasceram da minha curiosidade e do meu interesse em estar nas fábricas a observar a produção. A ver o que uma máquinaou o artesanato pode fazer aos materiais.
Como é o seu processo criativo?
Quando a ideia surge, faço um esboço rápidono computador. Caso este se destaque, desenvolvo-o. Muitas vezes crio um protótipo na minha oficina, para obter as proporções certas e ver como será construído. Procuro sempre que seja o mais fácil possível de construir, para economizar custos,e frequentemente também apresento uma maneira de o embalar. Posto isto, convido as empresas com quem colaboro a visitarem o meu showroom, onde podem escolher as peças que quiserem. Só então elaboro os desenhos para o produtor.
Quanto tempo leva a criar um produto?
O desenvolvimento de um candeeiro pode levar cerca de cinco horas no computador e possivelmente outras cinco na oficina.
Tem algum material de eleição?
Plexiglas, pela forma como consume energiae transfere luz. No entanto, tendo em conta queé muito caro, não são muitas as minhas peçasde iluminação feitas neste material.
Que valores estão presentes no seu trabalho?
Creio que muito do meu background gráficoé mostrado no meu trabalho, assim comoa minha admiração pela Art Déco, funcionalismoe neoplasticismo.
Quem são os designers que mais admira?
Verner Panton, Zaha Hadid, Joe Colombo, Lisa Johansson Pape, Oscar Niemeyer, Hilma af Klint e Michael Heizer.
Qual o ícone da história do design que gostaria de ter criado e assinado?
Futuro House, projetada por Matti Suuronenem 1968. Porque queria morar nela!
O que mudaria na atual cena do design?
É necessário ter uma mente mais aberta sobre a forma como produziremos e distribuiremos no futuro. Temos que olhar mais para a questão ambiental em termos de materiais, transporte e produção. E para isso precisamos de trocar conhecimentos, contactos e colaborar mais com produtores e distribuidores.
Próximos projetos…
Estou a trabalhar numa série de iluminação que será lançada no outono de 2023 e a desenvolver candeeiros para um conceito totalmente novo,mas ainda não posso falar sobre isso.