Como é que a cerâmica surge na sua vida?
Comecei por frequentar cursos noturnos de cerâmica durante dois anos, depois inscrevi-me para estudar cerâmica. Em junho de 2019, concluída a formação, comprei o meu próprio espaço de trabalho, máquinas e outros equipamentos e abri o meu estúdio, que é também uma loja.
Qual a sua abordagem ao design?
Gosto de design despojado, sem muitos detalhes ou cores. Faço cerâmicas clássicas com um toque moderno.
A sua filosofia de vida reflete-se na maneira como trabalha e gere o seu estúdio?
Sem dúvida. Adoro a Natureza, a calma, passo muito tempo sozinha no meu estúdio e aprecio esses momentos. Procuro aliar sustentabilidade e artesanato. Quero que as pessoas aproveitem a minha cerâmica por muito tempo, sem que haja desgaste.
De onde lhe vem a inspiração?
Da Natureza, de feiras de velharias e outros materiais, como o vidro ou a madeira, mas, acima de tudo, das necessidades. Costumo fazer coisas que quero e que acrescentam.
Como é o seu processo de criação?
Geralmente, começa comigo à procura de algo ou obtendo um desejo de um cliente/retalhista. A partir daí, passo a pensar na estética da cerâmica. Faço pesquisas e esboços. Produzo alguns protótipos. Levo o produto para casa e uso-o durante algum tempo. Escolho argila e esmalte. Frequentemente, a criação original é, no fim de contas, um produto muito diferente.
Quanto tempo leva a desenvolver uma peça?
É impossível dizer. Escolho rapidamente o tamanho do produto e qual a argila a utilizar. Porém, posso ficar a pensar, a fazer esboços de um produto, durante uma semana ou um ano, dependendo de quanto tempo tenho para testar.
Qual o seu material de trabalho de eleição?
Adoro a minha argila preta. É muito difícil de trabalhar, mas é tão bonita quando está pronta!
Como define o que faz?
Cerâmica clássica, mas moderna, e artesanato, claro!
Qual dos seus produtos é – até agora – o seu maior sucesso?
Os meus pratos são provavelmente os produtos mais apreciados.
Quem são os designers que mais admira?
Creio que há vários bons ceramistas suecos e dinamarqueses.
Qual o produto da história do design que gostaria de ter criado?
Sofia Tufvasson faz esculturas mágicas, Malene Knudsen faz vasos maravilhosos.
Como imagina os interiores de uma casa daqui a um século?
Decoração realista e despojada, com muito artesanato e itens reciclados.
Qual a sua divisão favorita?
A cozinha, é onde a magia acontece.
O que mudaria no atual panorama do design, incluindo a área cerâmica?
Sou apaixonada pelo artesanato. Trabalhar cerâmica à mão é o que devíamos estar a fazer.
Próximos projetos…
Estou a pensar desenvolver mais mobiliário, vasos, potes, castiçais. Também ando a experimentar novos esmaltes – gostaria de obter uma superfície ainda mais terrosa e crua.
As peças cerâmicas de Emma Ljung estão disponíveis, online, em ljungbyljungceramic.com.