Aos 94 anos, Yayoi Kusama continua a trabalhar, embora em muito menor escala.
Oriunda do Japão rural, nasceu em 1929. A infância difícil, no seio de uma família desestruturada, afetou a saúde mental e cedo começou a sofrer de alucinações e ataques de pânico. Mas a outrora adolescente acabou por encontrar uma forma de canalizar todas as suas frustrações para a arte. Yayoi soube converter as obsessões e o seu mundo abusivo em visuais e extravagantes obras de arte.
No final dos anos 50, a sua obra vanguardista já chocava um país conservador e ultratradicional como era o Japão, por isso viu-se obrigada a partir. Os Estados Unidos da América foi o destino escolhido.
Muito influenciada pela Pop Art, as criações de Yayoi Kusama passam por diversas linguagens artísticas, desde a pintura, escultura, instalações e performances. É uma obra de peso, que se gosta ou detesta, mas não deixa ninguém indiferente. Os apreciadores não a devem perder agora em exposição em Bilbao.
Nesta retrospetiva tem à disposição mais de 200 trabalhos da artista, desde os primeiros desenhos de adolescente até às mais recentes instalações imersivas, num percurso organizado por temas e cronologias.
Abordando os grandes temas e questões que têm marcado toda o universo e produção criativa de Yayoi, a exposição articula-se em torno do infinito, da acumulação, da conetividade radical, do biocósmico, da morte e da força da vida. Imperdível. Até 8 de outubro, Yayoi Kusama: 1945 to Now, Museu Guggenheim Bilbao.