Tradição natalícia: espírito familiar em Valença do Minho
Serviço de jantar Coralina, da Vista Alegre, e peça cerâmica da Bordallo Pinheiro.
À mesa. Cadeiras desenhadas para o projeto. Candeeiros de suspensão e mesa de jantar da Marta's, de Marta Espregueira Mendes.
A aposta nas linhas retas, nos tons neutros e materiais naturais resultou num espaço social luminoso, confortável e moderno. A pedra da lareira alia-se à madeira.
Soluções de marcenaria criadas à medida para o projeto. Peças decorativas em chifre e esculturas africanas. Destaque ainda para a Buddy Guy Polka Dot Stratocaster, da Fender, guitarra elétrica do proprietário.
A sala, com sofás de generosas dimensões e lareira contemporânea, em pedra natural, convida a reunir a família e os amigos em torno da fonte de calor.
Área integrada na sala, composta por mesa redonda baixa e cadeiras em ferro e vime. As amplas janelas promovem a ligação visual com o exterior.
A cozinha, nos tons preto, branco e cinza, 'quebrados' pelo uso de madeiras claras, abre-se à sala de jantar e pode ser 'isolada' pelas portas, em ferro e vidro transparente, sem, no entanto, comprometer a ligação visual entre os ambientes.
O projeto de remodelação e renovação dos interiores da Casa de Cubos, construção do século XVII, procurou respeitar e "privilegiar materiais da época, mosaico hidráulico, azulejos pintados à mão, pedra, madeiras", segundo a proprietária, Ana Gonçalves, que neste processo contou com o apoio de Marta Espregueira Mendes.
Na cozinha, a rusticidade contemporânea é dada pela mistura de revestimentos, materiais e mobiliário, de diferentes estilos, tons e texturas. Loiças e pequenos domésticos, da Smeg, como apontamentos de cor.
À entrada. A casa, do século XVII, utilizada aos fins desemana e nas férias, foi adquirida "para ficar na família". O hall é exemplo da remodelação efetuada, que procurou respeitar os materiais e a traça originais. Na parede das escadas, que leva ao piso inferior, cestaria tradicional. Peça de mobiliário antiga, já existente.
Corredor. A intervenção no espaço pautou-se pela exigência de autenticidade das escolhas, criteriosamente pensadas para que o resultado estivesse à altura da vivência dos proprietários, assim como da história da habitação, que, sem perder a essência e traça que a caracterizam, ganhou em luz natural, amplitude e modernidade.
Suíte à vista. A porta que leva ao quarto principal, utilizado pelo casal de proprietários, encontra-se ladeada por móveis-louceiros de estilo rústico, em madeira clara, com frentes em vidro transparente, desenhados e executados à medida para o projeto.
Suíte. O cinza, enquanto tom neutro, escolhido para base cromática, recebe harmoniosamente a cor lilás, aplicada a texturas naturais. Enquanto a cama com dossel, desenhada e feita à medida, adiciona um toque romântico ao quarto, a estética rústica e contemporânea fica por conta de algumas peças de mobiliário.
O quarto principal mistura rústico e contemporâneo. O pavimento em madeira, praticamente coberto por tapete de tom lilás, e as mesas de cabeceira, em metal e vidro, unem-se à cama de casal com dossel, elemento clássico que remete para outras épocas e adiciona romantismo ao ambiente. Candeeiros de parede da Marta's.
A porta da suíte, que dá acesso ao hall, encontra-se ladeada por roupeiros, do chão ao teto, desenhados e feitos à medida para o projeto, com portas de persiana pintadas de branco, a reforçar o caráter rústico e contemporâneo do espaço. As amplas janelas trazem luz natural em abundância e a Natureza para o interior.
Os tons de azul, dos mais fechados aos mais suaves e abertos, dominam o revestimento das paredes desta casa de banho. A madeira, presente no móvel de lavatório e nas molduras dos espelhos, peças feitas sob medida, adiciona o calor dos materiais naturais. A tonalidade dominante estende-se ainda aos detalhes.
A remodelação assegurou o conforto moderno, preservando e destacando características originais da construção. Caso da moldura da janela, em pedra de origem, que faz parte do património da arquitetura popular do Minho e da história desta casa, com raízes no século XVII. Lá fora, o jardim, espaço preferido dos proprietários.
A paleta retro de tom pastel e o revestimento de azulejos artesanais na parede da zona de duche atraem o olhar e as atenções, adicionando um estilo vintage ao espaço de banho, que combina nobreza e história com equipamento e mobiliário modernos. Apesar das referências vindas do passado, o resultado é contemporâneo.
Serviço de jantar Coralina, da Vista Alegre, e peça cerâmica da Bordallo Pinheiro.
Serviço de jantar Coralina, da Vista Alegre, e peça cerâmica da Bordallo Pinheiro.
Habilmente renovada, a Casa de Cubos, com raízes no século XVII, alia história e nobreza à vivência e ao conforto contemporâneos.
“A Casa de Cubos, pela qual nos apaixonámos, é uma casa de fim de semana e férias adquirida para ficar na família”, conta Ana Gonçalves.
“Trata-se de uma habitação do século XVII, com história, brasão de armas, figurando no livro Gerações Valencianas (do major Alberto Magno Pereira de Castro)”, continua a proprietária.
“No passado, entre outras coisas, a casa dedicava-se à produção de vinho e linho, dando nome ao lugar onde está localizada”, conta. “Quando a adquirimos, a residência estava habitável, embora a precisar de obras.”
“Com dois pisos de 100m² cada, cinco suítes, anexo com cozinha regional, lavandaria e adega, a Casa de Cubos foi completamente recuperada, com o apoio da Marta Espregueira Mendes.”
“Tentámos privilegiar materiais da época, mosaico hidráulico, azulejos pintados à mão, pedra, madeiras. Os tons são os pastéis, refletindo um ambiente calmo e relaxado como gostamos.”
“O mobiliário, na sua maioria, foi comprado ou feito à medida. Algumas peças eram nossas, outras já existiam na casa”, diz, rematando: “O nosso espaço preferido é o jardim. São 5000m² com árvores centenárias, de fruto, horta, flores e piscina.”