A Casa Morena foi apresentada na última edição da CasaCor, em São Paulo, Brasil, com projeto do estúdio brasileiro Tufi Mousse. Conforto numa casa imaginada
Os espaços não só respondem às necessidades funcionais de quem os habita, mas revelam a subjetividade do morador. Partindo deste exercício de autoconhecimento e identidade, o estúdio brasileiro, da responsabilidade do arquiteto Tufi Mousse, apresentou, na última edição da CasaCor, a sua interpretação de uma casa em que é estabelecida esta relação íntima entre o habitante e o seu tipo de morada, nasceu assim a Casa Morena. Conforto numa casa imaginada
“A Casa Morena personifica essa relação criada no espaço como um reflexo de autenticidade. Somos seres raros com individualidade e semelhanças. A morada não existe se nela não a habitarmos e para isso temos que envolver o nosso corpo nessa veste a que chamamos de lar. É assim que definimos “Corpo e Morada” neste projeto, o tema desta edição da CasaCor. A casa como reflexo do nosso corpo com necessidades e responsabilidades”, explica o arquiteto.
O ambiente de 152 metros quadrados recebe boa parte da luz natural durante o dia por conta da posição que ocupou no espaço daquela mostra paulista, sediada pelo segundo ano consecutivo no Conjunto Nacional, em plena Avenida Paulista. O estúdio fez bom uso dos raios de sol que evidenciam a cuidadosa seleção de materiais texturizados, sublinhando as formas arredondadas do mobiliário escolhido em contraste com o elegante tom acastanhado ao fundo, que lembra a cor da pele.
“O ambiente de natureza orgânica envolve os visitantes e oferece um layout a ser descoberto de forma instintiva. Repleto de texturas aplicadas nas superfícies e no mobiliário, a casa envolve o nosso corpo com leveza”, acrescenta Tufi.
O espaço acolhe mobiliário de traço modernista brasileiro e as criações de autoria do próprio estúdio em tons terra. Destacam-se as peças de designers consagrados como Sergio Rodrigues e Ricardo Fasanello, e ainda os lançamentos das mesas de centro, de jantar redonda e cadeiras da linha Alfi desenhada pelo arquiteto.
“O tratamento especial elaborado para o projeto de luz traz o efeito de luz natural para o ambiente. Luz e materiais estão conectados de forma inseparável. O efeito se dá por meio da perceção efetiva da luz nos materiais, realçando as características de cada textura. Madeira, cerâmica, pedra e estofos naturais estão presentes para representar as texturas da pele da Casa Morena”, complementa.
O layout é integrado visualmente, porém com os espaços bem demarcados pelas funções. A circulação propõe fluxos que não prejudicam o uso de cada elemento, sem perder a vista geral do ambiente e nem causar confusão.
Os anos de experiência deste estúdio com o desenvolvimento de projetos de interiores nortearam a configuração da Casa Morena de maneira bastante intuitiva, quebrando regras e propondo outras interpretações. As obras de arte fornecidas pela galeria Simões de Assis aprofundam o caráter subjetivo do projeto, a partir das escolhas que fazem sentido para quem vive verdadeiramente o lar.
Fotos: MCA Estúdio