A integração e a continuidade visual entre interior e exterior revelam a essência da Casa de Lavra com projeto de arquitetura de Ricardo Azevedo.
Na casa preexistente, datada dos anos 80, com uma linguagem tradicional e um jardim ao seu redor, a relação entre interior e exterior era nula. “Existem muitas construções sem valor arquitetónico, e esta era uma delas. Sentia-se uma separação de realidades”, diz o arquiteto Ricardo Azevedo. “Houve a necessidade de conectar estes dois ambientes para que se fundissem e se completassem. O conceito do projeto parte dessa vontade de estar, simultaneamente, dentro e fora sem identificar os seus limites.”
A integração, que é a alma da Casa de Lavra, nome dado ao projeto, resulta das respostas arquitetónicas encontradas para a resolução dos problemas identificados. “O lobby de entrada, a ampliação da zona de estar e um novo volume social definem os três paralelepípedos transparentes que se elevam da base sem quebrar a relação com a Natureza envolvente premeditada. Esta expansão programática fundiu-se e reforçou a intenção de interligar o interior e o exterior”, nota o responsável.
O paisagismo, da Master Natura, assim como a decoração, a cargo da AAR Déco, sublinham o olhar do arquiteto, que trabalhou com “liberdade total”, em estreito diálogo com o cliente. “Falávamos uma mesma língua.”
Para promover a vista de mar, outrora inexistente, foi criada “uma suíte, com varanda, um segundo piso que pousa na cobertura. Daqui, a casa espreita o mar. Estava perto, mas não se via. Agora os barcos que esperam no Porto de Leixões são o quadro de fundo de uma parede de vidro que se abre para o horizonte”.