
Conte-nos um pouco sobre o seu percurso.
Depois de estudar História da Arte na École du Louvre e, simultaneamente, Design Têxtil, juntei-me à Nelly Rodi, uma grande agência de estilo, onde aprendi a minha profissão durante cinco anos, antes de criar o meu próprio estúdio (elizabeth-leriche.fr).
Como define o seu trabalho?
A principal qualidade deste trabalho de acompanhamento e prospeção (de tendências) que fazemos é a curiosidade que, para mim, é movida pela paixão.

O que mais gosta na profissão que escolheu?
Gosto sobretudo da cor, que é um dos fios condutores do meu trabalho, e de partilhar emoções e experiências, principalmente quando colaboro com a Maison&Objet. Amo objetos, assim como os artesãos ou designers que os criam, e adoro contar histórias através da combinação de peças, recriando um mundo imaginário com o qual todos se podem identificar.
Quais são as etapas do seu processo criativo?
Após analisar os sinais e padrões para detetar e antecipar tendências, observando e analisando as mudanças nos estilos de vida, deixo o meu instinto fazer o resto! Aconselho marcas de lifestyle (caso da La Redoute Interieurs) sobre as cores, os materiais e as formas com dois anos de antecedência.

O segredo está em trabalhar em equipa?
É claro que todo o trabalho é feito em equipa, sem a qual nada seria possível. Por exemplo, para criar um espaço de tendências na Maison&Objet, trabalhamos, no mínimo, com três meses de antecedência.
Qual foi o seu papel na edição de janeiro da Maison&Objet?
Desde a conceção do tema, passando pela imaginação do espaço de tendências e seleção dos produtos, até à encenação, é necessário muito trabalho e um grande sentido de síntese. O tema da edição foi Sur/Reality, inspirado no movimento artístico do surrealismo. Trata-se de um exercício de estilo e encenação.

Qual a proposta do tema Sur/Reality?
O tema propôs uma deambulação labiríntica por um “gabinete de curiosidades” com objetos estranhos e humorísticos, assim como um “quarto de sonhos” poético nas nuvens e ainda uma floresta fantástica numa estranha evocação da natureza. A terminar a visita, uma imersão nas cores e nos padrões de um “corredor hipnótico”.
Em que outros projetos esteve também envolvida?
Para além da Maison&Objet, criei uma exposição, numa mansão privada, para apresentar a coleção de tecidos e papéis de parede da Pierre Frey, durante a Paris Déco Off (evento realizado entre os dias 15 e 18 de janeiro).

O que se segue?
Tenho a sorte de viajar muito por conta do meu trabalho. Adoro descobrir novos países, cidades, culturas, comida, museus, conhecer pessoas diferentes. Isto ajuda-me a ser aberta, curiosa e alimenta a minha imaginação. Neste momento, preciso voltar a reconectar-me com a Natureza, uma grande fonte de inspiração. Ter os pés bem assentes na terra e a cabeça nas estrelas para sonhar com um futuro melhor.
FOTOS: cedidas