
Sempre demonstrou aptidão para as artes?
Sempre fui criativa. Em criança, dedicava horas às artes e aos ofícios, a fazer joias e a pintar. Durante a adolescência, comecei a pintar em telas grandes e a vender o meu trabalho a amigos para ganhar algum dinheiro.
Como é o seu processo criativo?
Trabalho de forma intuitiva e experimento diferentes materiais durante o processo de pintura. Deixo que os materiais e as texturas me guiem, permitindo que a peça evolua naturalmente.

Vale tudo (tela, papel)?
Comecei por pintar em telas, mas, com o tempo, quis que a minha pintura existisse livremente, sem os constrangimentos de um suporte. Isto levou-me a experimentar diferentes opções, permitindo-me criar “peles” de tinta que podem existir independentemente, ou seja, separadas das superfícies tradicionais.
O que nasce primeiro: a ideia, a pintura?
O conceito. Gosto de transformar as minhas ideias em realidade e inspiro-me frequentemente nas minhas próprias experiências.

Quais são as suas principais influências?
As minhas maiores influências incluem artistas como Lynda Benglis, Leslie Wayne, Kennedy Yanko, Letha Wilson e Bram Bogart. As suas abordagens inovadoras à materialidade, textura e forma inspiram profundamente a minha própria exploração criativa.
Que mensagem e símbolos são recorrentes nos seus trabalhos?
Sou uma forte defensora da saúde mentale o meu trabalho reflete frequentemente o meu estado de espírito num determinado momento. Os elementos recorrentes no meu trabalho são as cores e texturas. Gosto de jogar com os contrastes e opostos: formas arrojadas e pormenores finos, tons neutros e matizes vivos, traços geométricos e fluidos, acabamentos brilhantes e mate, texturas ásperas e suaves. Estas dualidades representam os estados emocionais e psicológicos que quero transmitir através da minha arte.

Quais as cores que mais utiliza?
Utilizo todas as cores. Não gosto de deixar nenhuma cor de fora – todas elas têm um lugar no meu trabalho. Cada cor traz algo único e, em conjunto, criam harmonia e equilíbrio.
Tem trabalhos seus em casa?
Claro que sim! Adoro viver com a minha arte e descobrir pequenos pormenores que não tinha reparado antes. Tenho um quadro grande exposto na minha sala, o que me permite interagir com ele todos os dias.

Qual é a sua peça de decoração favorita?
Sou apaixonada por mármore. Acho fascinante como é que um pedaço de rocha, formado nas profundezas da terra, pode conter tantos pormenores e tantas cores. Diria que todosos meus objetos de mármore – quer seja a minha mesa de jantar, mesa de apoio ou mesmo um mármore emoldurado – são as minhas peças decorativas favoritas.
A sua divisão preferida é…
A sala de estar. Passo lá muito tempo e escolhi cuidadosamente as peças da minha estante,a mesa de mármore e o confortável sofá. É um espaço onde me sinto verdadeiramente em casae rodeada de coisas que me inspiram.

O que gostaria de ter feito e ainda não fez?
Sempre quis fazer scagliola (escaiola). Trata-se de uma técnica italiana do século XVII utilizada para imitar mármore ou pedras preciosas. Estou fascinada com o trabalho artesanal envolvido e espero fazer experiências futuras com esta técnica de acabamento.
Encontra os trabalhos com a assinatura de Sara Atrouni em apaixonarte.com.
FOTOS: cedidas