"Acho importante falar sobre o meu estado de saúde, não para divulgar nem para promover situações tão delicadas como esta, mas porque considero que seja um exemplo para muitos anónimos." Foi com um novo visual que, nove meses depois de lhe ter sido diagnosticado cancro da mama, Fernanda Serrano decidiu falar pela primeira vez à comunicação social sobre o assunto, numa conferência de imprensa que decorreu esta tarde no Casino Lisboa. A actriz tinha objectivos específicos: por um lado, alertar para a necessidade de um diagnóstico precoce, para a obrigatoriedade de seguir à risca os tratamentos prescritos e recomendar que se procure sempre mais do que uma opinião médica em casos como o seu; por outro, responder a especulações negativas sobre a sua saúde e a sua vida privada, nomeadamente a relação com Pedro Miguel Ramos e os negócios deste. "Eu tenho muita sorte por ter o Pedro ao meu lado durante todo este tempo. (…) Por estar casada com ele, por ser um pai presente, feliz e porque, por mais defeitos que tentem arranjar, ninguém consegue arranjar um [marido] mais verídico que o meu, porque é único (…) E realmente os casamentos não se constroem nas capas das revistas", afirmou a actriz, desmentindo os rumores que davam como certo que o seu casamento estivesse a atravessar uma crise. Rumores que Fernanda confessa terem provocado muita angústia e instabilidade. Frontal e sem hesitações, a artista declara que quer fechar um ciclo e "ser vista como mais um caso feliz, de sucesso". E esclarece ainda: "Terminei os tratamentos. Fiz uma tumorectomia, seis ciclos de quimioterapia e 33 de radioterapia. Não havia metástases. Foi um tratamento preventivo, tendo desde o início um prognóstico muito favorável." Todavia, "só de Setembro a cinco anos poderei dizer que estou curada, mas já posso dizer que estou tratada. Estou fora de perigo e estou muito feliz por estar hoje aqui a comunicar-vos isso". Apesar da felicidade por ter vencido a primeira grande batalha contra a doença, a actriz confessa sentir-se desgastada física e psicologicamente pelos momentos difíceis por que passou. "Nunca pensei em desistir, apesar do medo inicial e dos pensamentos terríficos (…) mesmo apesar desses momentos iniciais particularmente difíceis, sempre acreditei numa cura." "E claro que tive muito medo de morrer, acho que isso passa por todas as pessoas que vivem situações destas."Os filhos, Santiago, de três anos, e Laura, que completa um ano em Dezembro, têm sido fundamentais em todo o processo de recuperação e, por isso mesmo, Fernanda não descarta a possibilidade de um dia poder voltar a ser mãe. "Pelo menos durante dois anos estou inviabilizada de o fazer. O que não quer dizer que não possa voltar a ser mãe, o que é importante para todas as mulheres." Saiba mais na edição desta semana da revista CARAS