É com o habitual humor que o cineasta brinca com a sua idade e é com a sabedoria de quem sabe que o tempo se esgota que responde sem hesitações ao que mais gostou em todo o processo de filmagens " O que mais gostei? Foi ter acabado este filme. E espero que os espectadores compreendam o filme. O mais gratificante para um artista é que o público entenda o seu trabalho. E já estou a pensar no próximo projecto. O mundo não vai acabar."
Igualmente entusiasmados estavam Ricardo Trêpa, neto do cineasta e um dos actores do elenco, e Catarina Wallenstein, a protagonista. Trabalhar com Manoel de Oliveira foi um privilégio para a actriz e uma oportunidade para começar a pensar na internacionalização da sua carreira: " É muito importante trabalhar com o Manoel de Oliveira, não só pela qualidade do seu trabalho, como por aquilo que representa trabalhar com ele. Felizmente, já fui aceite por um agente em Paris. Agora, espero estar à altura. Nunca senti a pressão por estar a filmar com ele. Só na altura da estreia do filme no Festival de Cinema de Berlim é que tomei consciência de que tinha feito um filme de Manoel de Oliveira e que muitas pessoas iriam vê-lo…"
Momentos antes da exibição oficial, o realizador subiu ao palco e foi aplaudido de pé. Foi com humildade que agradeceu todas as ajudas que recebeu e que destacou a importância que teve para si fazer um filme baseado num conto de Eça de Queiroz.