– Além de companheiros, passaram agora a ser colegas. Como é que surgiu a ideia de trabalharem juntos?
Marta – Criei a minha empresa há ano e meio, porque senti necessidade de ter uma estrutura que fizesse face aos meus trabalhos na área da comunicação. Entretanto, eu e o Filipe falámos e achámos que fazia todo o sentido ele estar na minha empresa.
Filipe – Sempre ajudei a Marta, e, entretanto, descobrimos que trabalhamos bem juntos e que nos conseguimos complementar. Estamos a gerir esta forma de trabalharmos juntos sem massacrarmos a relação.
– Entretanto, preparam-se para abraçar um novo projecto…
Marta – Sim, o Salt Beach Club. Desde que a Casa do Castelo fechou, aquela zona ficou sem um espaço de diversão. E já estamos a trabalhar nisto há algum tempo. Vamos ter um calendário com noites únicas. O nosso objectivo é que nenhuma noite seja igual à outra. Queremos que as pessoas se divirtam, que cantem, dancem e saiam de lá com a certeza de que na noite seguinte é para lá que vão. Estamos a planear conteúdos muito diferentes e com vários artistas convidados.
– Vai ser um projecto muito diferente dos que já existem no Algarve?
Filipe – Sim. Tem uma infra-estrutura completamente diferente de qualquer outro espaço nocturno. Foi todo desenhado para que as pessoas se sintam bem. E as pessoas vão ser surpreendidas a todo o momento. Vamos apostar também na componente multimédia, para que não seja apenas um espaço onde se ouve música. É um espaço para 5000 pessoas. O centro da acção vai ser a pista de dança e vamos trazer DJ de renome internacional.
– Isso vai obrigar a uma maior gestão familiar…
Marta – Quando este projecto surgiu, uma das minhas preocupações era conciliá-lo com o Filipe e com as minhas filhas. Hoje, tenho de pensar muito bem naquilo em que me envolvo, porque não posso dar menos aos projectos, mas também não posso faltar em casa. E aceitámos este projecto porque podemos levar a família toda para o Algarve. Nem sequer ponderámos a hipótese de ir um mês para lá sem levar as meninas. E vamos ter de nos dividir como fazemos aqui.
– E conseguem distinguir a parte profissional da pessoal?
– Não dá para distinguir, porque mesmo quando não trabalhávamos juntos falávamos do trabalho de cada um. E isso é normal. Aqui, só ficamos mais dentro dos problemas um do outro. Enquanto casal, é bom falar de todas as coisas. Filipe – O único problema é que trabalhamos 24 horas por dia, e isso é que é mais cansativo. Mas temos de encontrar uma maneira de gerir isso. Sentimos que a dupla que somos funciona bem em todos os sentidos.
– E assim também se conhecem de uma outra maneira…
– Pois, nem sei se isso é bom ou mau, porque tenho muito mau feitio a trabalhar. [risos] E reconheço isso. E esse mau feitio passa a estar dentro de casa…
– Essa complementaridade vem das vossas diferenças?
Marta – Parecemos muito diferentes, mas no fundo somos muito parecidos. Eu disfarço melhor o meu mau feitio, porque consigo pôr um sorriso na cara quando as coisas não estão a correr bem. E o Filipe já não consegue fazer isso.
Filipe – A Marta, na sua maneira cor-de-rosa de ver a vida, acha que há tempo para fazer tudo. E isso estimula-me. Sempre disse que gostava de ter feito um filme até aos 30 anos. E quando falo com ela sobre isso, ela diz-me: ‘Vamos lá fazer.’ E depois colocamos os pés na terra e vimos o que é que podemos realmente fazer. E temos de conciliar isto tudo com o estarmos juntos e com as miúdas.
Marta – Não quero ver os novos projectos só como trabalho. Quero vê-los como o pôr em prática de sonhos meus e do Filipe.
– O maior projecto que têm em mãos é serem pais?
Filipe – Ser pai é uma experiência única, que muda uma pessoa. Muda os pontos de vista, muda o que achávamos que era o mais importante e que deixou de ser, muda tanta coisa… É olhar para a Joana, para a Marta, e para a Mónica e a Vera, que, independentemente de não serem minhas filhas biológicas, são minhas filhas, e ver que são a minha família. Aprendemos a ser pais. Quando a Joana nasceu, fiquei extasiado. É uma experiência muito diferente, sobretudo para uma pessoa que viveu sempre em exclusivo para o trabalho e que dizia que nunca ia ter uma mulher, porque a TVI era minha mulher. E as coisas mudaram. E tentamos criar equilíbrios para que a nossa família seja o mais feliz possível. E somos pais presentes.
– Acha que ter provado que é um homem de família acabou com a fama de playboy que teve durante vários anos?
– Não faço nada para provar alguma coisa. Tenho uma família, porque sou feliz assim. O estranho é continuar a ouvir que a nossa relação é uma encenação para provar alguma coisa. Já nem magoa, porque, ao final de tanto tempo a ouvir tantas mentiras, não é por aí que nos vão chatear.
– Para a Marta não deve ter sido fácil lidar com essa fama do Filipe?
Marta – Eu não julgo ninguém. E tinha de o conhecer por quem ele é e não pelo que escreviam ou diziam. É claro que ouvi tudo o que tinha para ouvir, mas mantive-me convicta do meu próprio julgamento. Eu é que sei como é que sou feliz. E encontrei a forma de ser feliz ao lado do Filipe. O resto é-me completamente indiferente.
Filipe – A Marta tinha noção de que eu não era virgem quando a conheci e que tive namoradas, mas daí até à conotação de playboy… Nunca escondi nada. E isso trouxe-me algumas coisas más. Atribuíram-me romances com pessoas que nem conheço. E aproveito para dizer que não conheço a Paris Hilton e que nunca jantei com ela em Carcavelos.
– Para um homem que nunca se imaginou casado, ficar noivo foi outro grande passo…
– Tudo o que tem acontecido entre nós foi natural. Decidimos ir viver juntos durante um jantar. Não é por impulso, mas é natural. Mas antes de ter pedido a Marta em casamento, ela já me tinha pedido a mim! E isso que fique bem claro. [risos]
Marta – [risos] O Filipe estava sempre a dizer que já me tinha pedido em casamento várias vezes e que eu nunca tinha dito que sim. Também não dizia que não, mas não respondia directamente. E então, quando ele fez 31 anos, pedi-o em casamento à frente de toda a gente, durante um jantar-surpresa. Mandei fazer um bolo a dizer: ‘Queres casar comigo?’, e em cima tinha a caixa com as alianças.
Filipe – Ficou toda a gente com medo que eu dissesse que não. Depois, fiz o pedido oficial quando estivemos em Punta Cana… Nós já estamos casados, não temos dúvidas. Somos felizes enquanto casal e o casamento vai ser uma festa para celebrarmos com os nossos amigos. E as miúdas também fazem questão que nos casemos.
Marta – Estou desejosa de oficializar a nossa relação, mas, quando isso acontecer, não quero que seja visto como uma obrigação ou como um stresse. E vou fazer aquilo que me apetecer, independentemente do que me disserem. Queremos que seja um dia especial para nós e para os outros. E são as nossas três meninas que vão levar as alianças.