Tem objectivos bem delineados e os seus sonhos estão a ser construídos a pouco e pouco. Marta Cruz é hoje uma mulher mais segura, com mais certezas, mas para quem a vida não tem sido branda: aos 24 anos já se casou, teve uma filha, separou-se, mudou-se para outro país, e ainda carrega a tristeza de ter visto o pai, o apresentador de televisão Carlos Cruz, envolvido no processo Casa Pia. A CARAS encontrou-se com a modelo em Portugal, onde está temporariamente por razões profissionais. Em Fortaleza, no Brasil, ficou a filha, Yasmin, de três anos, fruto da sua relação com o bailarino brasileiro Alexandre Gondim. Um ano depois da última entrevista, fez-se o ponto da situação.
Marta – Descobri que as disciplinas que já fiz no Brasil não são equivalentes em Portugal e como só me falta um ano para terminar o curso de Comunicação Social, não fazia sentido voltar à estaca zero. Também há assuntos pessoais que ainda me prendem ao Brasil, mas nada que não esteja a ser resolvido.
– Está a falar da sua separação? Já está divorciada?– Infelizmente, a Justiça não anda à velocidade que nós queremos, mas o juiz já me disse que está para breve.
– Sim. Moro sozinha desde os 17 anos. Prezo muito os meus momentos, a minha solidão, o meu silêncio. E quando a Yasmin se vai deitar, aproveito para pensar e cuidar de mim. Entendemo-nos muito bem. Ela também preza muito o espaço dela, por isso, sabemos gerir bem os momentos em que estamos juntas e aqueles em que precisamos de estar sozinhas, o que é bom até para o crescimento dela.
– Como é que a Yasmin alimenta a relação dela com o pai?– Ela mora comigo, mas passa os fins-de-semana, de 15 em 15 dias, com o pai. No entanto, se ele ou ela pedem, encontram-se e passam a tarde juntos. Não crio qualquer obstáculo à relação deles. A minha relação com o Alexandre não tem nada que ver com a relação que a Yasmin tem com ele. Quero que ela saiba que pode contar com o pai tal como com a mãe, independentemente de vivermos juntos ou não.
– Que relação mantém com a Yasmin?– É uma relação muito parecida com a que tenho com a minha mãe. Sempre fui ensinada a confiar na minha mãe e a tê-la como melhor amiga, e é isso que cultivo com a Yasmin. Embora ela seja ainda uma criança, falamos de tudo, não lhe escondo absolutamente nada. Quero que ela veja a vida com simplicidade e verdade, não a quero enganar em relação a nada. Brincamos muito e partilhamos momentos maravilhosos que são só nossos.
– Não penso nisso agora. Seria egoísmo meu fazer alguém querer estar comigo ou eu apaixonar-me por alguém. Preciso de estabilizar primeiro e só depois darei uma oportunidade ao meu coração de se apaixonar. Neste momento tenho outras prioridades.
– Depois de uma relação que durou tão pouco, sente-se capaz de apostar noutra?– Cada relação é uma relação. Não transponho os meus problemas e aquilo que passei para outras pessoas. Quando tiver outra relação, pensarei no que fazer.
– Que fase diria estar a viver?– Estou numa fase tranquila em busca do equilíbrio e da estabilidade. Em todos os campos da minha vida, quero ser feliz e deixar ser feliz! Trabalho, saúde, família e amor, tudo é importante, mas com equilíbrio e calma.
– Fui obrigada a crescer rapidamente, mas isso também me permitiu olhar para as coisas com mais optimismo. O que fiz e o que me fizeram, o que acertei ou errei, tudo serviu para construir um futuro melhor. Temos de olhar para as experiências como algo positivo, algo que nos ensine e que nos faça ter força e coragem para seguir em frente. Para mim, o passado já lá vai, tenho é de cuidar do presente para ter um futuro melhor. É esse o meu lema! Chorei muito, fiquei magoada, mas aprendi com todas as experiências.
– Como projecta o seu futuro?– Em Portugal, claro, mas só quando tudo estiver resolvido. E com felicidade, sempre!