Jaime Nogueira Pinto levou apenas seis meses a escrever a obra, o que implicou a cumplicidade da família, que compreendeu as suas ausências durante este tempo: "Trabalhava bastante nos fins-de-semana e à noite. Obviamente, acabei por descurar um pouco a minha vida familiar, mas teve de ser. A minha mulher não se importa, é serviço patriótico, portanto, percebe e entende."
Além de não se importar, Maria José Nogueira Pinto ainda ajudava o marido com as suas críticas, uma vez que "lá em casa" pedem sempre a "opinião uns aos outros", como nos contou a jurista, que teve o privilégio de conhecer o livro antes dos leitores: "O Jaime pede-me sempre a opinião quando está a escrever, mas eu também estou sempre a pedir a dele. Sou bastante crítica no sentido que digo aquilo que penso, porque só assim somos úteis. Não sou uma académica nem doutorada em coisa nenhuma, mas sou uma leitora compulsiva, portanto, acho que tenho bastante sensibilidade para aquilo que é um livro bom de ler e um livro que pode ser muito bem escrito, mas muito maçador. E eu sou a favor dos livros que todos gostem de ler. E fico feliz porque o Jaime começou, desde o seu último livro, a escrever sobre certos temas com uma linguagem e estilo atractivos para o leitor."