Há dois anos e meio que
Gonçalo Diniz, de 37 anos, não tirava férias, por isso, assim que terminou as gravações da novela da SIC
Podia Acabar o Mundo, o actor rumou ao Rio de Janeiro, cidade que guarda no coração para onde quer que vá. Foi na companhia do irmão,
Luís Miguel, e do pai,
Macário Diniz, que Gonçalo passou os últimos meses, nos quais também trabalhou para concretizar o desejo de fazer um monólogo.
Como me Tornei Estúpido, de
Martin Page, estreará no Festival Internacional de Angra dos Reis, em Novembro. Até lá, o actor quer apresentar primeiro o projecto cá, actuando em espaços alternativos. Foi sobre esta nova fase profissional, mas também sobre o facto de se sentir bem solteiro e sem projectos de uma vida familiar, que Gonçalo conversou com a CARAS, já em Lisboa, onde regressou entretanto.
– Assim que terminou a novela, partiu para o Brasil. Tem vontade de investir numa carreira internacional?
Gonçalo Diniz – Sem dúvida. Aliás, a minha carreira começou no México, e depois fui para o Brasil, ou seja, comecei ao contrário… Mas depois de nove anos em Portugal, tenho necessidade de abrir horizontes e conhecer novos directores e técnicas. Existe um mundo lá fora para se explorar. Se não o fazemos, depois podemos arrepender-nos.
– É conhecida a ligação que tem à sua família, por isso, esta estada deve ter tido um sabor especial, visto que esteve com o seu pai e o seu irmão, que vivem lá…
– Eu estou sempre com a família. Sou muito independente, mas ao mesmo tempo muito agarrado à minha família. Viajar com o meu pai é sempre divertido, e o meu irmão, sendo o único, é uma referência familiar muito presente. Foi muito bom.
![Gonçalo Diniz Gonçalo Diniz](iv/0/43/313/goncalo-diniz-ec49.jpg)
– Veio a Portugal por uns meses, mas já vai voltar para o Brasil novamente. Começa a ter vontade de fazer vida lá?
– Não acredito no definitivo. Mas que vou por uns tempos, vou. Tenho um grande objectivo na minha carreira e vou com ele até ao fim… O Brasil sempre foi a minha segunda casa e tenho muitos projectos para concretizar lá, o que não impede de voltar sempre "à terrinha" para trabalhar. Guardo muito boas recordações destes nove anos aqui. Foi muito bom trabalhar no meu país e agradeço todas as oportunidades.
– Sente-se com vontade de investir mais em teatro?
– O teatro é o meu foco principal, e estou a investir tudo o que tenho neste projecto. Sendo um monólogo, torna-se mais fácil viajar com a peça.
– E já tem vontade de constituir família?
– Sinceramente, ainda não pensei nisso.
– Neste momento está solteiro. Não sente necessidade de partilhar a sua vida com alguém?
– Não, neste momento sinto-me bastante feliz com a vida que tenho.
– Em que fase da vida se encontra?
– Comecei a ter mais juízo e a alimentar-me bem, a fazer exercício físico todos os dias, a dormir bem… Enfim, desta forma só se pode estar tranquilo e equilibrado, até porque, se assim não fosse, não conseguiria montar este monólogo. Aliás, foi por causa deste trabalho que mudei a minha rotina. Confesso que estou bastante curioso em saber a opinião do público brasileiro em relação ao meu trabalho. Sinto-me como se retornasse às minhas raízes.