A coragem e a determinação com que aceitou o convite da CARAS para fazer uma produção em biquíni revelam uma
Anabela Teixeira muito mais segura do que aquela que os papéis de menina tímida e ingénua que tem representado deixam adivinhar. Aos 36 anos, Anabela olha para o espelho e gosta do que vê e daquilo que se esconde por detrás da imagem. A sua permanente descoberta enquanto actriz tem-na ajudado a amadurecer e a ter cada vez mais certezas daquilo que a faz feliz. Assim, é com uma vivacidade genuína que fala sobre os seus sonhos, os seus receios, as suas fragilidades… Entre os muitos projectos que quer concretizar, ser mãe é talvez aquele que mais a apaixona neste momento. A viver há oito anos uma relação feliz com o músico
Frederico Pereira, de 35, Anabela diz que encontrou o companheiro ideal, aquele que a completa.
Foi durante uma conversa franca que a actriz partilhou com a CARAS as descobertas que tornam a sua personagem da vida real o papel mais interessante que já desempenhou.
– Como é que foi fazer a sua primeira produção em biquíni?
Anabela – Foi assustador. [risos] Era uma coisa que andava a planear desde que comecei a trabalhar mais o meu corpo e a ter o estar em forma como um dos meus lemas de vida. É óptimo quando a nossa auto-estima está bem. Não tenho adiado as idas ao ginásio e ando a fazer uma alimentação saudável. E quando olho ao espelho, começo a gostar imenso daquilo que vejo.
– Considera-se uma mulher sensual?
– Sim. Como artista, trabalho muito a minha sensualidade, porque temos de revelar constantemente todos os aspectos da alma humana. E gosto de revelar a minha sensualidade. Claro que não me sinto sensual todos os dias, mas penso que nenhuma mulher se sente. Por detrás da beleza há muito trabalho. Dá uma trabalheira estar bem por fora. [risos] E revelar um bom exterior significa também dar muita atenção ao nosso interior.
– É importante para si que as pessoas vejam um outro lado da Anabela?
– Acho que sim. E neste último papel que fiz, de Júlia Pintadinho, na
Flor do Mar, explorei o meu lado irónico e o meu sentido de humor. E aprendi que temos de levar a vida com ligeireza e que podemos ser sempre optimistas, mesmo nas situações mais difíceis. Quero continuar a ter personagens que me exijam uma mudança de atitude. Não quero só ficar com os papéis de boazinha e sonsinha, que não têm complexidade. Mas a culpa não era de quem me atribuía os papéis e, sim, da minha atitude perante os mesmos. E desde que estive em Madrid, no Estúdio Corazza, a minha postura mudou. Agora até pode vir uma personagem sonsa que tenho a certeza de que me vou divertir imenso.
– A descoberta de coisas em si enquanto actriz também a deve ter ajudado a amadurecer enquanto pessoa…
– Sim, imenso. Noto, por exemplo, que tento levar as coisas com muito mais calma, e divirto-me mais. Sinto-me mais confiante e gosto muito mais de mim. Só preciso de ter um filho para me sentir completa. Eu e o meu marido já sentimos a falta de um bebé. Acho que é mesmo biológico, talvez venha daqui a um ano.
– São os projectos profissionais que estão a adiar a realização desse sonho?
– O trabalho não tem adiado os meus sonhos, porque me sinto cada vez mais preparada para ser mãe. Está tudo interligado. Agora que me sinto mais confiante, serena e organizada, tenho a certeza que vou saber ser mãe.
– E ter uma relação estável também é muito importante para a chegada de um filho…
– Sem dúvida. Tenho uma relação muito feliz. Sentirmo-nos realizados com o nosso lado emocional é muito importante para que tudo o resto também corra bem. Muita da minha coragem tem que ver com o meu marido e com a nossa união. É impressionante a forma como nos complementamos. Ele tem o que eu preciso e vice-versa. Temos muitos sonhos e alimentamos a relação diariamente. Costumo dizer que me caso todos os dias. E um dia gostava de casar-me, mas não sentimos isso como uma prioridade. Gostava de dar esse passo para poder celebrar com a nossa família e os amigos a nossa união.
– Esteve no Estúdio Corazza há cerca de um ano, por que é que vai voltar?
– Porque foi uma experiência fabulosa, durante a qual aprendi imenso. Desde que vim de lá, olho para as minhas potencialidades de uma forma completamente diferente. E tenho muita sorte por ter encontrado um mestre, um
coach. Um actor precisa muito desse olhar exterior que o ajude a orientar. E o
Juan Carlos Corazza é um director para a vida.
– Como é que alguém que gosta de se sentir segura lida com a instabilidade da sua profissão?
– Eu também gosto muito da expansão, do mistério, da libertação. Não me imaginava a vida inteira a trabalhar das 8h às 20h. Nem sequer sabia fazer esse tipo de trabalho. E, na minha área, cada papel é uma viagem que traz pessoas novas à nossa vida. Adoro o que faço e acho que não podia ter uma profissão mais bonita.