Inês Santos, de 30 anos, estava em palco.
Junior Meirelles, músico brasileiro, de 35, foi ver o espectáculo e gostou de imediato da cantora portuguesa. Nessa mesma noite, Inês foi ouvi-lo tocar e soube logo que aquele homem, com rastas no cabelo e ar de rapaz, ia ser alguém especial na sua vida. Pouco tempo depois já namoravam.
Entre Portugal e o Brasil, o namoro foi ganhando consistência e a distância nunca colocou em causa os seus sentimentos e a vontade de construírem uma vida a dois. Hoje, já estão noivos. Usam duas alianças iguais, como manda a tradição no Brasil, e a cantora usa ainda um anel de noivado, como ditam as regras em Portugal. Como Inês diz,
"connosco é tudo a dobrar". Mas não é só na vida sentimental que o músico, que toca com
Ney Matogrosso, e a artista estão unidos. A finalizarem a gravação do disco
Meu Samba, Teu Fado, o casal já se prepara para apresentar o primeiro espectáculo deste projecto dia 19 de Setembro, no Faial.
Aproveitando uma escapadela romântica até Montargil, a CARAS falou com os noivos sobre este romance, que avança ao ritmo do samba e do fado.
– Usa dois anéis de compromisso. Como é que aconteceu o pedido de noivado?
Inês – Aconteceu de maneira muito formal e como manda a tradição. Usamos duas alianças iguais e eu ainda tenho o tradicional anel de noivado.
– Para si, é importante estar a viver todas as etapas de uma relação? Namoro, noivado, casamento…
– Nunca tinha pensado seriamente em casar-me. Claro que sempre quis estar ao lado de uma pessoa que me fizesse sentir tranquila, completa, amada, alguém que me fizesse engrandecer enquanto ser humano. Mas nunca pensei em casar-me pela Igreja, com um vestido branco… Mas desde que conheci o Junior, tenho vontade de me casar e que tudo seja como é habitualmente nos sonhos. Ele é uma pessoa muito especial. É muito dedicado e dá-me muito mimo e sei que ele também quer fazer as coisas como deve ser.
– E já sabem como vai ser o casamento?
– Já sabemos que vamos ter duas cerimónias. A oficial vai ser em Portugal e, depois, queremos fazer também uma festa no Brasil, com toda a pompa e circunstância, para podermos celebrar esta união com os amigos do Junior. Mas ainda não temos data. Em princípio casamo-nos para o ano e pelo civil.
– Nunca questionou a viabilidade deste romance, uma vez que têm um oceano entre vocês?
– Por acaso, não. Já não temos vinte anos e desde o primeiro momento que senti que isto era uma coisa muito especial. E temos feito um esforço para que as coisas resultem. Este ano tem sido difícil, porque temos feito um grande investimento financeiro para estarmos um com o outro e temos abdicado um pouco da nossa vida profissional, para termos tempo um para o outro. Mas é um ano de investimento em nós. E por tudo isto nunca questionei a nossa relação. Desde o primeiro momento que sei que é isto que quero, não é mais um namorico.
– Como é que o Junior foi recebido pela família e amigos da Inês?
Junior – Fui muito bem recebido pela família da Inês e pelos amigos dela. E já estamos a fazer novos amigos cá. Os portugueses são um bocadinho mais fechados, mas penso que isso é bom.
– O que têm aprendido um com o outro?
– Com a Inês ganhei mais a noção de ter os pés bem assentes no chão. Aprendi a olhar para a frente e a dizer ‘calma’. Tenho mais discernimento para fazer as coisas. E penso que a Inês aprendeu a ‘tirar o pé do chão’ e a viver o momento. Acho que lhe dei um pouco do meu Carnaval. Trocámos. Eu não sou um louco, nem propriamente uma pessoa responsável, mas agora penso mais no futuro.
Inês – Eu aprendi a aligeirar as coisas. Vivo sozinha desde muito cedo, e tive logo de tratar das minhas coisas, das minhas contas… E isso deu-me uma seriedade muito precoce. Agora sei que também é importante viver o ‘deixar rolar’. Aprendemos muito um com o outro.
– Actualmente, estão a trabalhar juntos no
Meu Samba, Teu Fado. Como tem corrido esta experiência?
Junior – Tem sido uma experiência muito engraçada. Rimo-nos muito os dois. Trabalhar com a Inês torna a nossa relação em algo
full time. Trazemos o trabalho para casa. Sempre fui contra trabalhar com a namorada, mas está a ser muito bom. Procuramos sempre entender o outro, respeitar as diferentes ideias.
– E não tem atrapalhado a vossa relação?
– Não. Até nos tem permitido conhecermo-nos melhor.
– Já sabem onde é que vão viver depois de se casarem?
Inês – Se as coisas, a nível profissional, começarem a correr bem por cá, ficamos. Se virmos que nada acontece, então eu vou para o Brasil, porque ele tem todo o direito de apostar na sua carreira lá. Felizmente o Junior disponibilizou-se para deixar família e amigos e vir para cá. Foi uma grande prova de amor. Imensa! E se temos a vontade de dar estas provas de amor, as coisas vão funcionar. De uma maneira ou de outra.