A mãe de
Alberta Marques Fernandes morreu há dez anos, vítima de septicemia, na sequência de tratamentos a um cancro do colo do útero. Dez anos depois, a jornalista recorda essa época como uma das mais difíceis da sua vida, mas também como a que a fez tornar-se uma mulher menos centrada em si própria:
"Fui a pessoa que esteve mais perto dela o tempo todo, pois o meu pai já tinha morrido, acompanhei-a diariamente até ao fim. Os cuidados que a minha mãe teve sempre foram paliativos e, por isso, sei muito bem o que é a grande dúvida entre prolongar a vida sem qualidade ou deixar a Natureza agir. Após três operações e não sei quantos tratamentos, a minha mãe queria desistir e eu reagi egoisticamente, pedi-lhe para não o fazer. Hoje, interrogo-me se o deveria ter feito, mas sei que a morte da minha mãe me tornou menos egoísta."
Alberta faz exames regulares para prevenir este género de doença, mas diz que, mesmo tendo os antecedentes da mãe, não vive obcecada com o assunto:
"Conheço muito bem todo o calvário que é viver com essa doença, mas não gosto de me preocupar com o que não existe, nem de sofrer por antecedência. Gosto de me preocupar com os problemas quando eles existem."
Alberta Marques Fernandes: “A morte da minha mãe tornou-me menos egoísta”
Durante a campanha 'Mais Vale Prevenir', da Associação Laço, a jornalista recordou a morte da sua mãe, vítima de cancro do colo do útero.