Rita Seguro, de 34 anos, não gosta de fazer planos. Mesmo assim, não deixa de ser apanhada de surpresa pelos acontecimentos da vida. No fim de Agosto, o seu companheiro, o piloto de aviação
Luís Baeta, de 39 anos, sofreu um acidente vascular cerebral. Este
"grande susto" reforçou a sua convicção de que viver bem o dia-a-dia e dedicar-se àquilo e àqueles que a fazem feliz é o melhor caminho. Mãe dos gémeos
Martim e
Afonso, de sete anos, e apresentadora do programa
Deluxe, Rita descobriu uma nova vocação profissional: a de actriz. A apenas um ano de acabar o curso de representação, espera agora uma oportunidade para mostrar o seu talento.
Foi sobre os desafios que a levam a redescobrir-se permanentemente que a CARAS falou com a apresentadora durante uma viagem que fez ao lago de Como, em Itália, a convite da Martini, onde experimentou o estilo de vida glamouroso associado à marca.
– Acredito que lidar com o AVC que o Luís sofreu não tenha sido uma experiência fácil…
Rita Seguro – Foi um grande susto. Fiquei com medo do que podia acontecer. Sou uma pessoa que dá muito valor às coisas do dia-a-dia, mas às vezes aborrecemo-nos por coisas miseráveis e no dia a seguir levamos com uma ‘pedra’ vinda não sei de onde e tudo acaba. E esse sentimento de que as coisas podem acabar e de, eventualmente, eu ter deixado uma má palavra ou algo menos bom, fica a moer.
– Como está a correr a recuperação do Luís?
– A recuperação está a correr bem. Foi agora operado, está tudo bem e faz a sua vida mais ou menos normal. Mas preferia não falar muito sobre esse assunto.
– Estão juntos há mais de dois anos e parecem ter uma relação feliz…
– Sim, temos uma relação feliz, com as crianças e com os altos e baixos que são comuns a todas as relações.
– Para isso também contribui a boa relação que o Luís mantém com os seus filhos…
– E não poderia ser de outra maneira. A minha vida com um namorado nunca poderia estar separada do meu dia-a-dia com os meus filhos. Não temos uma relação superficial e esse tipo de relacionamentos não me fazem sentido. Ele dá-se bem com os meus filhos como eu me dou com os dele.
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– Faz parte dos vossos planos casarem-se ou terem mais filhos?
– Não penso muito no casamento. Não é uma coisa essencial. O papel não muda nada. Nunca pensei casar-me nem nunca imaginei esse dia, mas se tiver esse impulso, não digo que não me case. E ter mais filhos segue esta linha de pensamento. Neste momento, não fazemos planos para isso. Quero afirmar-me na representação. Mas ainda tenho 34 anos e hoje em dia podemos ser mães até bastante tarde.
– Como surgiu o seu interesse pela representação?
– Na altura em que comecei na apresentação, não havia nada que me apetecesse estudar, mas um dia comecei a pensar no que queria fazer e percebi que queria apostar na formação na área da representação. Comecei por fazer
workshops e depois apostei e fui para o Conservatório. E no meu primeiro ano de curso trabalhei imenso já na área.
– Mas a Rita continua a ser vista como apresentadora…
– Há coisas que não dependem só de mim. Não é difícil entrar-se no mundo da representação, mas, no meu caso, eu já estava na área da televisão e sempre tive uma imagem muito forte enquanto apresentadora, e isso tem-me condicionado bastante em termos de trabalho.
– Há nove anos que apresenta o mesmo programa. Ainda não se cansou?
– Não me canso, é um programa fácil de fazer que me deixa muito tempo livre e me permite fazer outras coisas, como as novelas e o teatro. Mas considero-me uma felizarda por ter tido sempre trabalho enquanto apresentadora.
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– A Rita do dia-a-dia é muito diferente da apresentadora que aparece na televisão?
– As pessoas que me vêem na televisão têm acesso a uma imagem, não me conhecem pessoalmente. Mas quem está próximo de mim diz que sou muito transparente, e eu concordo. Aquilo que mostro é aquilo que sou, sem subterfúgios. E isso nem sempre é bom, já me trouxe alguns dissabores. No dia-a-dia sou bem-disposta, descontraída, muito insegura… Não sou uma pessoa de quem se goste à primeira vista, é preciso algum convívio. Mas as pessoas que me queiram conhecer para além dessa imagem têm uma agradável surpresa.
– Que desafios gostaria de ter no futuro?
– Acho que falta uma oportunidade mesmo boa na representação, em que se possa dizer: ‘Ela foi uma boa aposta.’ E se surgir um novo desafio na apresentação, também fico contente. Desafios são sempre desafios.