Há quem o reconheça como finalista da primeira edição do programa da SIC Ídolos. Ou como repórter do Êxtase. Outros há que o acompanham semanalmente ao volante de um carro de ralis. E até quem se submeta aos seus cuidados enquanto médico-dentista, em Barcelos ou no Porto. São muitos os ‘rostos’ de
André Pimenta, que, nas diferentes vertentes da sua vida, prima pela educação, rigor, jovialidade e muito sentido de humor.
A CARAS foi a Barcelos para conhecer melhor este médico-dentista/piloto/cantor, de 26 anos, que, em casa dos pais,
João e
Ana Pimenta, e ao lado da namorada,
Raquel Barbosa, nos falou dos seus planos pessoais e profissionais para o futuro, e recordou alguns dos momentos que mais o marcaram nos últimos anos. Um percurso repleto de conquistas pessoais que o completam numa fase crucial da sua vida, agora que assumiu um lugar ao lado do pai, que admira imenso, nas clínicas da família.
Comunicador nato, André Pimenta não tem dúvidas de que a medicina dentária é a sua vocação, a música o seu escape e os ralis a sua paixão. Cheio de energia e muito brincalhão, tem na família o seu ponto de equilíbrio. Ao lado de Raquel Barbosa há quase dez anos, André não lhe poupa elogios e realça a amizade que os une e serve de pilar à relação, que deseja para toda a vida.
Admirador de
Herman José, com quem se identifica, João Pimenta sente-se tentado pelo mundo do entretenimento e da televisão, mas são muitos os seus talentos.

– Como é que o programa Ídolos surgiu no seu percurso e que repercussão teve na sua vida?
– Tinha 21 anos quando participei no casting para os Ídolos e fui seleccionado. Estava na Faculdade de Medicina Dentária, em Gandra [Paredes], mas como sempre gostei muito de música – toco piano desde miúdo -, resolvi arriscar. E ainda bem, porque fiquei em terceiro lugar na final! Embora no início tenha ido por impulso e brincadeira, acabei por interromper o curso para me dedicar por inteiro. Mudei-me para Lisboa, e por lá fui ficando. Depois do Ídolos, fiz reportagens para o programa Êxtase, também da SIC. Pouco tempo depois saí do programa e comecei a reflectir se queria continuar a viver naquele mundo nómada ou voltar para o Norte, acabar o curso e exercer medicina dentária. E optei por esta. O que não quer dizer que tenha esquecido a televisão. Gostei muito da experiência e quero e sei que vou voltar a fazer.
– E sente-se realizado com o caminho que tomou?
– Não tenho dúvidas que sou médico por vocação e dentista por paixão. Mas sinto a responsabilidade de ser filho do João Pimenta. Quero estar à altura do meu pai, não o desiludir, por isso senti necessidade de aprender mais. Sabia que ao integrar uma equipa liderada por ele, o nível de exigência seria muito elevado. E foi isso que me levou a deixar Portugal por uns tempos. Fui estagiar para uma clínica incrível, em Milão, e depois fui para Telavive. Aprendi com os melhores, e hoje sinto-me mais seguro. Trabalho desde Janeiro numa equipa liderada pelo meu pai, da qual fazem parte a minha namorada e outros amigos, nas clínicas de Barcelos e do Porto, e tem sido muito gratificante.
– De que forma é que o seu pai o influenciou na escolha da profissão?
– Lembro-me de ter caído em miúdo e ter partido os dentes todos. E de ter sido o meu pai a pôr tudo impecável. Nesse dia, quando cheguei a casa, disse à minha mãe que queria ser como o meu pai quando crescesse. Adorava ver o que ele fazia no consultório e andava sempre atrás dele.
– Semanalmente, tira a bata e veste o fato de piloto de ralis… Como surge a velocidade na sua vida?
– A paixão pelos ralis nasceu quando o meu pai me meteu, com cinco anos, dentro de um kart. Aos sete, participei no campeonato nacional, e nunca mais parei. O meu tio,
Hélder Pimenta, esteve sempre ligado à competição, já ganhou provas nacionais muito importantes em ralis e todo-o-terreno, e passou-me o gostinho pelo desafio. Entretanto, quando entrei para a faculdade, o meu pai deu-me um kart, e fui vice-campeão em 2001. No ano seguinte, passei para os automóveis, e o meu pai ofereceu-me um Datsun 1200. A primeira prova que fiz foi no Estoril. E com a passagem pelo Ídolos, aproveitei os contactos que fui fazendo para conseguir apoios publicitários para passar para os ralis clássicos. Sabia que um dia haveria de surgir a minha oportunidade, e assim foi. Ao longo de dois anos de corridas fui evoluindo, e este ano resolvemos apostar a sério e, depois de várias competições, sagrei-me campeão nacional júnior de ralis, ao volante de um Skoda Fabia TDi. Foram muitos anos de esforço, perde-se um bocado de tempo com isto, entre preparação, treinos e provas. Mas vale a pena. E nunca bati, por sorte

– Depois de ter morado em Lisboa e no Porto, voltou para Barcelos, para casa dos seus pais. Como é a vossa relação?
– O meu pai é o meu maior professor e a minha mãe uma grande amiga. Voltei para casa deles, e é aqui que vou morar enquanto não construo a minha casa. Isto só acontece porque temos uma relação muito boa. Profissionalmente, o meu pai é o meu suporte e gosto de o ter sempre por perto. Reconheço que há pessoas com mais conhecimento e prática que eu e na minha profissão não arrisco. Deixo isso para os ralis e para a música.
– E a música, continua presente na sua vida?
– Canto sempre que tenho oportunidade. Estar fechado num consultório durante horas a fio é desgastante. Poder subir a um palco para cantar ajuda-me a descontrair. Recebo vários pedidos para espectáculos de solidariedade, por exemplo, e aceito sempre. Dá-me muito gozo cantar.
– Qual o papel da Raquel na sua vida? Conte-nos como se conheceram?
– Quando entrei para a faculdade, há nove anos, olhei para a Raquel e apaixonei-me. Era a mais bonita do curso. Começámos a namorar e acreditámos que ia ser para sempre, e continuamos a acreditar.
– Agora que já acabaram o curso e têm estabilidade, já começaram a fazer planos para se casarem?
– Não pensamos nisso para já. A Raquel vai iniciar agora uma especialização e a verdade é que somos novos. A Raquel é a minha melhor amiga, está sempre ao meu lado e, a partir daí, tudo funciona bem. Ela entende-me muito bem e eu a ela.