Numa altura em que a sua vida profissional está mais virada para a televisão (acabou de apresentar o programa
Só Visto! e a rubrica
Destinos.pt na RTP),
Helena Coelho não deixa a moda completamente de lado e voltou a desfilar numa das principais capitais da moda europeia: Milão. A apresentadora e modelo viajou até Itália a convite da Triumph, desfilando no Museu La Triennale de Milano a criação da concorrente portuguesa do Triumph Inspiration Award. A CARAS aproveitou a oportunidade e levou Helena a passear pelas ruas da cidade italiana. Na entrevista, a apresentadora falou da filha,
Mariana, de sete anos, mas recusou-se a comentar o final da relação com
Carlos Canto Moniz.
– Com este evento da Triumph, voltou a desfilar em
lingerie. É uma situação constrangedora?
Helena Coelho – Não, de todo. Quando somos manequins, habituamo-nos a lidar bem com o nosso corpo, ou seja, a sentirmo-nos confortáveis com ele. Além disso, as pessoas não estão a olhar para o nosso corpo, mas para as peças. Não sinto que esteja a expor-me, mas a vender um produto.

– Além disso, sei que adora
lingerie…
– É verdade, gosto bastante de
lingerie, e tenho que dizer que este casamento com a Triumph tem sido muito feliz.
– Já que usa a expressão ‘casamento feliz’, vou aproveitar para confirmar se está de novo solteira…
– Não vou responder a isso. Nunca quis falar sobre a minha vida privada e prefiro continuar a fazê-lo. Estou profissionalmente muito serena e é o máximo que posso dizer.
– E está igualmente serena a nível pessoal?
– Não vou mesmo responder… [risos]
– E a sua filha, como tem sido o crescimento dela?
– Acho que sou uma boa mãe, porque tento incutir à Mariana valores que lhe permitam fazer opções. Para já, em coisas pequenas, mas para a preparar para o futuro. Para que ela comece a sentir já alguma autonomia.
– Ela já está numa fase escolar algo exigente, o que também exige mais de si própria…
– Ela está no terceiro ano, que dizem que é o mais importante. Eu tento acompanhar tudo, sendo uma mãe normal. Quando chego a casa, vejo os cadernos, tento ajudá-la…
– O facto de ter sido mãe tão cedo influenciou, ou continua a influenciar, de alguma forma, a sua carreira?
– Quando fui mãe, aos 20 anos, estava a viver no Japão e tinha ainda uma série de outros mercados para fazer. Claro que prescindi de algumas coisas para ser mãe, mas são opções, e eu fiz a minha.

– Agora com a vida profissionalmente mais calma, pensa acalmar também a nível pessoal e estabilizar mais com a sua filha, com uma família…
– Sempre tive uma vida calma, o meu trabalho sempre foi o meu trabalho e sempre separei bem o lado profissional da vida familiar. E tenho, efectivamente, um lar e uma família. Se daqui a dez anos estiver assim, tanto melhor. Está tudo bem.
– Faz muitos planos?
– Não faço grande futurologia nem grandes projectos para o futuro. Tento viver o dia-a-dia e faço alguns planos, mas a curto prazo, sem grandes preocupações. Para já, quero continuar os meus estudos, quero continuar a aprender e a usufruir daquilo que é a vida e daquilo que ela nos oferece.
– Já conhecia bem Milão?
– Sim, já conhecia, mas desta vez li um pouco mais da história da cidade e fiquei a perceber melhor tudo aquilo que se vê, desde estátuas a monumentos.
– E uma das capitais da moda europeia…
– Milão tem um mercado de moda muito violento, no sentido de intenso, e é completamente diferente de Portugal. Aqui, para se desfilar, é uma passarela muito corrida, em que não se pode parar. Depois, a imprensa e as pessoas presentes são também muito diferentes, mais do que em Portugal.
– Sente um prazer especial por desfilar aqui?
– Devo confessar que a ModaLisboa tem uma organização fantástica e penso que está muito à frente de alguns desfiles que se fazem por aqui.

– A língua pode ser uma barreira?
– Como deriva do latim, não é muito difícil. De qualquer forma, quando não conseguimos manter uma conversação em italiano, recorremos ao castelhano ou ao inglês.
– Soube bem voltar ao mundo da moda, depois de se ter dedicado mais à televisão nos últimos tempos?
– Sim, de facto, soube, pois a televisão é muito exigente, mas também se pode tornar mais compensadora. Ontem estive doze horas a trabalhar aqui em Milão, e nesse tempo o mais produtivo que tive foram três horas. Recordei-me que a moda tem este inconveniente, não se faz nada durante muito tempo. E eu sou uma pessoa muito activa, pelo que considero que a televisão tem muito mais consistência na medida em que proporciona mais interactividade.
– Por isso a moda está cada vez mais longe dos seus projectos…
– Estou com 27 anos, pelo que é difícil fazer uma escolha totalmente direccionada para a moda quando esta exige que as modelos sejam cada vez mais novas. Ainda posso fazer as duas coisas e, se puder, faço ambas. Mas a televisão é um caso cada vez mais sério na minha vida. E à medida que os anos passam e vou ganhando experiência, vejo que faz mais sentido seguir esse caminho.