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Reuters
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Mais de 45 mil pessoas assistiram comovidas à homenagem a
Robert Enke, o guarda-redes alemão, de 32 anos, que se suicidou no passado dia 10, atirando-se para uma linha de comboio. A cerimónia fúnebre, que teve lugar no Estádio do Hannover, contou com a presença da mulher de Enke,
Teresa, que escolheu uma coroa de flores brancas em forma de coração para decorar a urna. E se esta homenagem ficou marcada pela comoção, não menos emotivo foi o momento em que o corpo do guarda-redes – que esteve ao serviço do Benfica entre 1999 e 2002 – foi a enterrar ao lado da campa da filha
Lara – que morreu em Setembro de 2006, com dois anos, devido a uma malformação cardíaca congénita -, em Empede, a norte de Hannover.
Segundo o seu médico assistente,
Valentin Markser, Enke sofria de
"graves depressões" e não queria nem ser internado nem prosseguir com os tratamentos, com medo que lhe tirassem a bebé que adoptara com a mulher em Maio deste ano,
Leila, de oito meses.
"Quando tinha depressões, era tudo muito difícil, faltava-lhe ânimo, não tinha esperança. Conseguimos juntos superar alguns maus momentos, mas depois veio a morte da Lara. Isso acabou por nos unir ainda mais e achámos mesmo que íamos conseguir ultrapassar tudo com amor, mas não conseguimos. Tentei dar-lhe perspectivas e esperança, dizia-lhe que nem tudo era mau, que o futebol não era tudo na vida, que havia coisas belas na vida, mas, infelizmente, não resultou", revelou Teresa Enke no dia a seguir ao suicídio do marido, que esteve recentemente afastado dos relvados devido a uma bactéria que lhe afectou o estômago.
O guarda-redes, que jogava actualmente ao serviço do Hannover 96, deixou uma carta de despedida, cujo conteúdo ainda não foi divulgado. No entanto, sabe-se que Enke pede desculpas aos familiares e aos médicos por ter ocultado o momento de desespero que estava a viver.