Em apenas dez dias, o mais recente livro de
José Saramago,
Caim, atingiu a quarta edição. E o sucesso não se deverá apenas ao facto do autor ser um prémio Nobel, mas por certo também à publicidade gerada em torno do livro depois de Saramago ter criticado a Bíblia. No dia em que apresentou o livro, na Culturgest, o autor declarou:
"Não procurem os hematomas, tenho a pele bastante dura e esta será a única alusão directa, de alguma maneira, à suposta polémica que se desenvolveu em vários tons, a mando da Igreja Católica, apoiada por quem tinha rancores pessoais. Sem querer parecer vaidoso, estou acima de tudo o que dizem de mim."
Pilar del Rio, mulher do escritor há mais de 20 anos, desvalorizou toda a polémica e defendeu o marido:
"Saramago é um ser excepcional, a sua dimensão é distinta e o seu perfil não é o habitual, por isso há tanta gente que não o entende. Não houve polémica nenhuma, umas quantas pessoas imorais que não leram o livro é que se pronunciaram, quando deviam estar de pé, aprendendo a escrever. Um romance nunca pode ser polémico. O meu marido recebeu foi os parabéns de todos, e isso vê-se com os livros que já vendeu. O ruído e a fúria não entraram em minha casa."