Pode dizer-se que o romantismo está em crise, mas ainda há histórias de amor que contrariam essa teoria. E o romance entre
Joana Balaguer, de 25 anos, e
Bernardo Sousa, de 22, é a prova disso. A actriz e manequim brasileira e o piloto de ralis português conheceram-se através de um amigo comum – mas Joana não quer dizer onde – e foi amor quase à primeira vista. A distância não foi um impedimento para começarem a namorar e, entre o Brasil e Portugal, o casal foi consolidando a relação. Contudo, em Agosto, a actriz resolveu dar um passo muito importante na sua vida: mudar-se para o nosso país. Feliz por ter tomado esta decisão, Joana vive agora com o namorado e até já está a trabalhar cá. A actriz interpreta o papel de Sofia Pinhão, uma professora de vólei, na série
Lua Vermelha, na SIC.
Foi sobre esta história de amor sem fronteiras que a CARAS conversou com Joana, que se prepara para viver o seu primeiro Natal com os sabores, o frio e as tradições portuguesas.
– Vai passar o Natal, tradicionalmente a festa da família, longe do seu país…
Joana Balaguer – Tinha vontade de ir ao Brasil e passar lá o Natal e a passagem de ano, mas, como estou a gravar, não vou conseguir. Então passo cá, e na passagem de ano o meu pai vem ter comigo.
– Vai ser um Natal muito mais frio do que aqueles a que está habituada…
– Sim, mas eu gosto muito mais do Inverno do que do Verão. Acho que as pessoas ficam mais bonitas. E o Natal tem mais que ver com o frio. Cresci a ver aqueles filmes como o
Sozinho em Casa, que tem muita neve…

– Dá muita importância a esta época do ano?
– Sim. Gosto do Natal, e ainda mais da passagem de ano. Acho que o Natal tem mais graça quando somos novos, quando temos crianças em casa… Depois os pais separam-se, a irmã casa, e então esse espírito começa a perder-se… Mas gosto de ver o Natal nas ruas, parece que todo o mundo está mais amoroso.
– É uma pessoa materialista ou não liga aos presentes?
– Adoro receber presentes. Gosto muito de comprar para mim, mais do que de receber, porque podemos não gostar. Prefiro chegar e comprar. Sou uma pessoa consumista, mas não sou materialista. Sou desprendida das coisas materiais. Se quebrar, quebrou, se perdeu, perdeu…
– Parece ter uma personalidade forte…
– Tenho um temperamento forte e gosto que as coisas sejam feitas à minha maneira. Sou um pouco egoísta, penso em mim e depois nos outros. Tenho muito a mania! Ainda bem que encontrei o Bernardo agora, porque se fosse aos 40 anos, acho que não arranjava ninguém! [risos] Na verdade, estou sempre de bem com a vida, adoro falar, estou sempre pronta para tudo. Se eu fosse homem, gostaria de estar com a Joana. [risos]

– Veio para Portugal por amor. É uma romântica?
– Zero! O Bernardo é que é. Lá no Brasil há uma expressão que é o homem beta, que é o homem do novo século, que gosta de discutir a relação, que manda flores, que se lembra das datas, cozinha, mas não é
gay. O Bernardo é um homem beta. E eu adoro que ele faça essas coisas. Mas vir para Portugal foi mesmo uma prova de amor! E estou sempre a dizer ao Bernardo que vim para cá para estar com ele. É o meu maior argumento. Digo que larguei tudo para vir para cá! [risos]
– E como é que tem sido gerir a relação entre uma brasileira e um português?
– No começo foi difícil, porque havia coisas que para ele eram supernormais e para mim eram estranhas. Penso que o Bernardo se adaptou mais ao meu estilo de vida brasileiro do que eu ao dele. Mas temos conciliado. A única coisa de que sinto mesmo a falta é de não ter uma raiz em comum com ele. Eu não posso falar de músicas da infância, porque ele não conhece. Quando vim a Portugal pela primeira vez, tive de voltar ao Brasil para gravar o programa da
Xuxa e ele perguntou-me quem é que ela era! Mas ele já sabe muitas coisas. E no dia-a-dia é tudo normal.

– E como é que está a correr a sua integração em Portugal?
– Está a ser óptima! Eu e o Bernardo não temos uma rotina. Ele viaja uma vez por mês e agora eu também comecei a trabalhar. E adaptei-me muito bem. Só tinha um bocadinho de medo de conduzir, mas agora já começo a saber onde é que ficam as ruas. É muito fácil uma pessoa adaptar-se a Portugal. Vocês são pessoas muito simpáticas. É tudo muito parecido com o Brasil.
– Já usa aliança de casada…
– Sim, e um anel que a minha avó me deu. O Bernardo já não é só meu namorado. Lá no Brasil, morar junto é igual a estar casado. Mas pelo que me vou apercebendo, aqui não é a mesma coisa. Eu até prefiro ser namorada, porque não tem aquele comodismo. Nunca sei como o apresentar… Mas eu sinto-me casada.
– Mas gostava de se casar?
– Desde pequena que digo que não faço questão de me casar. Sempre achei uma besteira gastar dinheiro em casamento, ainda por cima hoje que se casa e depois se descasa. As coisas estão óptimas como estão, mais vale não mexer.