Premiado pelas suas criações em Itália,
Luís Onofre já desenvolveu colecções para marcas de renome, como a Cacharel ou a Kenzo, e viu a futura rainha de Espanha escolher os seus sapatos para apresentações oficiais. Mas, no que ao Natal diz respeito, o designer de calçado de Oliveira de Azeméis gosta de manter a tradição e ter a família por perto. Ao lado da mulher,
Sandra Cachide, e das filhas,
Beatriz, de 11 anos,
Marta, de oito, e
Maria Luís, de três,
Luís Onofre, que também festeja o seu aniversário a 24 de Dezembro, partilhou com a CARAS o seu Natal, falou do sentimento que o une à mulher, das filhas e da alegria que lhe transmitem, e da vontade de ainda ser pai de um menino.
Amigos e cúmplices, Luís Onofre e Sandra Cachide formam uma equipa perfeita em casa e no trabalho. Lançada há uma década, a marca que criaram é hoje uma referência e, depois da Madeira, é a vez de abrirem uma loja em Lisboa, já em 2010.
– Como vai ser o Natal deste ano? Do que é que não prescindem nesta época?
Luís Onofre – De toda a família! E espero tê-la por perto por muito tempo, porque é sinal de que estamos de boa saúde. Vamos passar o Natal, como habitualmente, em casa dos meus sogros e tudo o que fazemos é a pensar nas miúdas. É maravilhoso ver as reacções delas quando abrem as prendas. A felicidade daquele momento enche-nos de alegria e justifica toda a azáfama da época.
Sandra Cachide – Na quinta dos meus pais, o ambiente é mais acolhedor e convida ao espírito de Natal. Para além das nossas meninas, há mais dois sobrinhos, portanto, a desestabilização é geral.
– São muitas as mulheres para ajudar a preparar a ceia de Natal. A tradição ainda impera à mesa?
– A minha mãe trata da ceia porque é zelosa das suas receitas. Digamos que eu fico com a parte da logística.
Luís – Mas sim, é tudo tradicional e nada falta. Pessoalmente, gosto muito da gastronomia portuguesa, mas, no Natal, curiosamente, nem é das alturas em que como mais. A mesa está cheia e como só com os olhos…
– Já pensaram nos presentes que vão dar às vossas filhas?
– Elas começam dois meses antes a fazer listas, mas já sabem que o Pai Natal só é amigo se tiverem boas notas na escola.
Sandra – E também sabem que para receber presentes novos têm de partilhar os outros. Os tempos estão cada vez piores e elas já perceberam que nem todas as crianças têm as mesmas condições. É importante que saibam partilhar e que não criem grandes expectativas para o futuro. Felizmente, posso dizer que, hoje, elas dão com facilidade os brinquedos e a roupa que já não usam aos outros meninos.
– A sabedoria popular diz que atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher. A Sandra acumula uma série de papéis na sua vida. É mulher, mãe, parceira no trabalho…
Luís – Tem sido uma grande ajuda e um grande apoio, sem dúvida. Concordamos nos pontos essenciais, e essa é a base da nossa convivência.
Sandra – Somos uma equipa e partilhamos muito ideais e objectivos. Somos diferentes, mas completamo-nos. Temos papéis definidos e a separação das vidas, profissional e pessoal, acontece naturalmente.
– Estão juntos há 13 anos e têm três filhas. Faz parte dos vossos planos tentar um menino?
Luís – Eu gostava, mas a Sandra quer ficar por aqui. De qualquer das maneiras, há uma grande probabilidade de sair outra menina. O historial de mulheres na nossa família é incrível, portanto, mesmo que tentemos seis ou sete vezes, vêm sempre raparigas.
Sandra – Já cumpri o meu sonho de ter três filhos, rapazes ou raparigas. Compreendo a ansiedade do Luís em ter um rapaz. Mas, hoje, não quero ter mais filhos. Já aprendi, no entanto, que na vida o que hoje parece definitivo amanhã não o é. Não posso pôr de parte essa possibilidade. Se calhar, quando eu tiver 40 anos, a Beatriz terá 17, e nós possamos pensar em ter outro filho.
– Seis anos depois de se terem casado, divorciaram-se e, oito meses depois, juntaram-se novamente. Faz parte dos vossos planos voltar a casarem-se?
– Não tenho essa expectativa. Já me casei uma vez e foi uma cerimónia muito bonita. Continuo a ter muito orgulho no meu álbum de casamento, por isso, já não é um sonho.
– O nascimento da Maria Luís veio reforçar a vossa união?
– Muito! Já tínhamos outra idade, estávamos mais serenos, tínhamos passado pelas nossas divergências pessoais e acertado as agulhas de uma maneira muito mais madura. Então, a Maria Luís veio reforçar o que tínhamos, apesar de ter sido um susto na altura.