Nasceu em França e veio para Portugal com 14 anos, altura em que os seus pais se divorciaram e passou a viver com os avós. Filha de uma angolana e de um madeirense,
Emmanuelle Pereira deve o seu nome à fé da avó materna, que o escolheu por ser este o nome de Jesus e por querer dizer ‘Deus connosco’.
"Cá em Portugal, Emmanuelle não é muito comum e até já tive alguns problemas em relação a isso. A maioria das pessoas julga que é um nome de homem e não de mulher, e tenho quase sempre de apresentar todos os documentos que o comprovem", conta a arquitecta, divertida. Estas ‘dificuldades’ levaram a que os amigos e a família passassem a tratá-la por um diminutivo bastante mais fácil,
Emma.
A arquitecta, que aceitou o convite da CARAS para fazer uma decoração de Natal que pudesse ser inspiradora para os nossos leitores, contou-nos como vive esta quadra, que associa sempre à família.
Emma partilhou também connosco que este ano o seu Natal terá ainda mais magia, pois está grávida de quatro meses, fruto da sua relação de quatro anos com o músico e realizador
João Marques, de 31 anos.
– Este Natal vai ter um sabor especial, visto que está grávida…
Emmanuelle – É verdade, e espero que corra tudo bem!- Era algo que já desejavam há muito tempo?
– Sim, há bastante tempo. Já estive grávida duas vezes, mas essas gestações não foram bem- sucedidas. Felizmente, esta tem estado a resistir e espero sinceramente que resulte.
– E não querem saber o sexo do bebé. Há alguma razão para isso?
– Somente porque queremos preservar o factor surpresa, pois achamos que tem mais piada. As pessoas concentram-se muito em saber se é menino ou menina, e nós não achamos que isso seja o mais importante. O que importa é que corra tudo bem e que o nosso filho venha com saúde.
– Sente algum tipo de receio por ir ser mãe?
– Nenhum. Sempre quis ter filhos, só não os tive mais nova porque a vida não o permitiu, primeiro, devido ao meu curso, que era de seis anos, depois, pelo início da carreira… Agora vivemos uma situação que nos permite ter filhos e espero que tenhamos muitos. [risos]
– Tanto a Emmanuelle como o João têm profissões muito exigentes. Como conseguem conciliar as vossas agendas?
– Temos profissões muito exigentes, mas não temos que respeitar horários, o que nos permite muitas vezes estar mais tempo em casa. Temos picos de muito trabalho e outros em que tudo acalma, e aí aproveitamos bastante. Se calhar, se tivéssemos trabalhos ditos normais, não estaríamos tanto tempo juntos.
– Percebe-se que está a viver uma fase muito feliz…
– Sem dúvida. Neste momento, sinto-me muito realizada e concretizada. Diria que estou a chegar a um patamar em que posso considerar-me feliz em toda a plenitude.
– É uma mulher romântica?
– Tem dias. [risos] O João é muito mais romântico do que eu, prepara tudo com muito cuidado. Ao contrário da maioria dos casais, é ele que se lembra mais facilmente de datas significativas para nós. Ele é muito calmo, sereno, pacífico, e eu sou o oposto, sou muito explosiva.
– Então, são o complemento um do outro…
– Exactamente, completamo-nos na perfeição. Não consigo conceber estar com mais ninguém, ele é mesmo a pessoa que me complementa e sinto realmente que encontrei a pessoa certa.
– Mudando um pouco de assunto, e porque nos está a propor uma decoração natalícia, gosta do Natal?
– Muito. Principalmente porque fui educada com os meus avós e eles têm uma quinta em Viana do Castelo, onde nos reunimos sempre em família. Tenho família em França e reunimo-nos todos em casa dos meus avós nessa altura, e é maravilhoso. O Natal, para mim, é sinónimo de família.
– O que é que para si é fundamental numa decoração de Natal?
– A árvore de Natal e a utilização de brilhos. O resto, com alguma imaginação e engenho, consegue-se fazer. Pode ser com pinhas, com elementos naturais… Não precisamos, necessariamente, de usar bolas, nem grinaldas, nem luzes. O brilho pode ser pelos dourados da louça, dos talheres, de um ou outro pormenor. E uma iluminação ambiente, com a utilização de velas, também faz a diferença.
– Parece ligar muito aos pormenores…
– Sim, os detalhes são muito importantes e podem realmente fazer toda a diferença. E aquilo que tentei mostrar é que existem imensas formas de decorar sem ser com as cores habitualmente associadas a esta época, como o vermelho. Tento sempre fugir ao convencional, ao estipulado.
– Todos os anos muda a sua decoração de Natal, ou aproveita para reciclar objectos?
– Vou remodelando, adaptando e reciclando. Não compro tudo de novo, mas nunca faço a mesma decoração.
– Tem algum desejo especial para este Natal?
– Não costumo pedir nada… A verdade é que tenho evitado estar concentrada nesta gravidez, pois já tive duas decepções, e de alguma forma tenho de me proteger, mas gostava muito que tudo corresse bem com o bebé.