Depois de lhe ter sido negada a publicação de uma crónica no jornal onde colaborava – por relatar uma suposta conversa entre o primeiro-ministro,
José Sócrates,
Pedro Silva Pereira, ministro da Presidência, e
Jorge Lacão, ministro dos Assuntos Parlamentares, que se terão referido ao jornalista como
"um problema" que teria de ter
"solução", num encontro fortuito com
"um executivo de uma estação de televisão" que almoçava no mesmo restaurante -,
Mário Crespo decidiu não ficar calado e agir. Assim, em apenas nove dias, o jornalista da SIC juntou mais de 100 crónicas àquela que não foi publicada, e reuniu-as num livro,
A Última Crónica, lançado há dias no Grémio Literário, em Lisboa.
Numa sala a abarrotar de amigos e apoiantes, o jornalista contou ainda com o apoio e carinho dos filhos,
Ricardo e
Eduardo, e da mulher,
Leonor Alfaro. A jurista, companheira de vida há cerca de 30 anos do pivô da SIC Notícias, confessou ter ficado
"bastante agradada" com a onda de apoio que se fez sentir à volta do marido neste período polémico:
"O Mário é um dos agentes que protagoniza esta censura que se exerce sobre os meios de comunicação social. E há um sentir colectivo que rejeita este género de pressões e censuras."
Também Mário Crespo se disse
"surpreendido" com todo o apoio manifestado à sua volta:
"A ressonância que a crónica teve foi algo que, por um lado, me encheu de alegria, mas, por outro, de responsabilidade. Isto intimida-me. Estou a viver este momento consciente do meu tamanho e do que se está a passar no País. Isto é um contributo mínimo."
A liberdade de expressão foi o principal assunto discutido na apresentação do livro, onde estiveram figuras de vários quadrantes da sociedade portuguesa, entre as quais
Manuela Moura Guedes, que relembrou os tempos em que foi colega do jornalista:
"Sempre apreciei muito as suas crónicas e o seu trabalho. Aprendi muito com o Mário Crespo. Devo a ele, e aos seus ensinamentos, uma grande parte daquilo que sou como pivô."
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