O sentido de humor, a simplicidade e a pontualidade são algumas das características de
Bento XVI, que adora ler, escrever e ouvir música. Por isso, não foi de estranhar que quando, ao mudar-se para o Palácio Apostólico, a cerca de 50 metros da casa onde vivia antes, tenha feito questão de levar os seus milhares de livros e o piano. Aliás, Ratzinger tem um
ipod – que lhe foi oferecido em 2006 por um grupo de funcionários da Rádio Vaticano -, em que ouve certamente
Mozart,
Bach e
Beethoven, compositores que muito aprecia, sendo o primeiro o seu preferido. Além do uso desse
gadget musical, o Papa, que completou recentemente 83 anos, mostra-se também adepto das novas tecnologias: navega na internet e gosta de ser ele a responder aos
e-mails pessoais.
Mas voltemos atrás na história de Bento XVI. Joseph Alois Ratzinger nasceu num sábado de Aleluia, a 16 de Abril de 1927, em Marktl am Inn, na Baviera, filho de um comissário da polícia e de uma cozinheira. Em 1939, com 12 anos, entra para um seminário em Traunstein. Dois anos depois, é obrigado a integrar a Juventude Hitleriana e, em 1941, a interromper a formação eclesiástica para cumprir o serviço militar obrigatório no Exército Nazi Alemão. Terminada a II Guerra Mundial, Ratzinger regressa ao seminário, sendo ordenado padre a 29 de Junho de 1951, juntamente com o seu irmão,
Georg. Doutora-se em Teologia, disciplina que acaba por leccionar. Em 1977, é nomeado arcebispo de Munique e Freising e, nesse mesmo ano, elevado a cardeal. E, sem nunca o ter ambicionado, é eleito Papa pelo Colégio dos Cardeais, a 19 de Abril de 2005, num conclave que durou apenas 24 horas. Toma posse cinco dias depois, com o nome de Bento XVI, numa cerimónia na Basílica de São Pedro, em Roma.
Desde essa altura, Joseph Ratzinger tem os olhos do mundo postos nele. Alguns amigos dizem que é de uma simplicidade extrema, paciente e sereno. Segundo
Aura Miguel, a única jornalista portuguesa que acompanha o Papa sempre que este viaja para fora de Itália (como já fez com
João Paulo II), e autora do livro
As Razões de Bento XVI, Ratzinger é "
acutilante: desfaz as ambiguidades e confusões com uma clareza e lucidez impressionantes".
Mas a verdade é que também tem suscitado duras críticas, nomeadamente por ser contra o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, por condenar o uso do preservativo ou pela sua postura neutral em relação ao escândalo dos padres pedófilos. E o nome do Sumo Pontífice também já suscitou controvérsia por razões bem mais fúteis: diz-se que Bento XVI terá preterido a equipa que confeccionava as vestes papais desde 1792, a favor do seu alfaite particular,
Alessandro Cattaneo. E até os seus sapatos já foram tema de conversa, pois há quem garanta que o Papa calça… Prada. O Vaticano já desmentiu.
Quanto a outras curiosidades, segundo algumas informações retiradas do livro de Aura Miguel, as refeições de Bento XVI são confeccionadas com pouco sal e o único vinho que bebe é Porto. Às refeições, prefere limonada ou sumos. Gosta de doces, principalmente dos de ovos e de chocolate. Entre os seus amigos, contam-se três portugueses: D.
Amândio José Tomás, bispo-coadjutor de Vila Real, D.
António Marto, bispo de Leiria-Fátima, e o teólogo
Henrique Noronha
Galvão.
Portugueses esses que certamente o acompanharão na visita ao nosso país. O Papa chega no dia 11 de Maio a Lisboa, onde vai celebrar uma missa ao final da tarde, no Terreiro do Paço. A 12 segue para Fátima, onde fará a bênção das velas, na Capelinha das Aparições, e assistirá à Procissão das Velas. A missa internacional na esplanada do Santuário e a procissão do adeus serão os pontos altos do 13 de Maio. Dia 14 é a vez do Porto receber a visita do Santo Padre, que celebrará uma missa na Avenida dos Aliados.
Naturalmente, a segurança da visita papal será apertada, pois foi em Fátima que João Paulo II foi vítima do segundo atentado. Recorde-se que os únicos incidentes que envolveram Bento XVI se deram em Roma: o primeiro, em 2007, quando um alemão tentou entrar no Papamóvel; o segundo, em 2009, durante a missa de Natal, quando uma mulher passou uma barreira de segurança e conseguiu derrubar o Papa.
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