Têm a imagem e a música ideais para animar o cartaz de qualquer festa de verão. Estão preparados para subir a palcos improvisados, palanques, praças e pracetas. A música e boa disposição dos Nunos & Nunettes será sempre a mesma e quando acompanhada por salpicão caseiro, pão e bom vinho, de preferência espumoso, que sempre condiz mais com os brilhos e com a classe dos verdadeiros artistas, melhor ainda.
Agora a sério: tudo começou por ser uma brincadeira, fruto de uma característica que é comum a
Nuno Graciano e
Nuno Eiró, o sentido de humor. A brincadeira já valeu a edição de um disco produzido à séria,
Pimba Chic, em que os dois estiveram debaixo do ‘olho clínico’ de
Emanuel, o mágico da música ‘pimba’. As famílias, essas, são as maiores fãs e até já cantam de cor os temas do grupo.
– O duo nasceu mesmo de uma brincadeira?
Nuno Graciano – Isto foi uma brincadeira que se transformou numa coisa séria. Tudo começou quando eu e o Nuno estávamos a fazer o
Flagrante Delírio para a SIC e fomos fazer um apanhado às Caldas da Rainha com uma cantora da chamada música pimba e percebemos que ela vivia bem. Então perguntei ao Eiró:
‘O que é que nós andamos aqui a fazer, a brincar às televisões e aos apresentadores? Temos é de cantar." Ele achou que eu estava maluco. Não foi assim Eiró?
Nuno Eiró – Na realidade, ainda hoje acho!
N.G. – Vai daí, tudo isto começou a ganhar uma dimensão que não esperávamos. Fomos falando com vários produtores musicais e começámos a achar que isto podia ter pernas para andar. Primeiro, porque nos dávamos muito bem, e damos, depois, porque nos divertimos muito os dois. Sabíamos que a televisão acaba por nos separar das pessoas, e arranjámos um ‘móbil do crime’ com que entretivéssemos as pessoas e através do qual pudéssemos estar junto delas, mas que nos permitisse ser fanfarrões vida fora. Falámos com o
Emanue
l e ele achou imensa graça ao projeto, mas ‘tramou-nos’ ao obrigar-nos a ter aulas de canto durante um ano. Para ser ele a produzir, tinha de ser uma coisa bem feita. E lá fomos!
– Alguma vez tinham pensado ser cantores?
– Nunca na vida!
N.E. – Então, e eu? Nada!
N.G. – Acabámos por conseguir ter algumas bases e fomos treinando. Depois, foram aparecendo as músicas e começámos a pôr as letras. Temos algumas músicas já conhecidas, mas com letras originais.
– Feitas por quem?
N.E. – A nossa aposta foi exatamente ir buscar os autores das músicas originais e pedir-lhes que dessem outra roupagem adaptada à figura dos Nunos & Nunettes.
– Acho que toda a gente acreditou mais depressa neste projeto do que nós, por isso é que fomos protelando. Se não fosse o Emanuel a chamar-nos à terra, a coisa ainda não tinha chegado a bom porto. Nós somos muito estroinas, temos as ideias, mas depois…
– Já ganham dinheiro?
– Já podemos dizer que somos cantores profissionais. Nós não ganhamos dinheiro, temos uma forma mais chique de dizer: nós auferimos dinheiro!
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.