Durante dois anos,
Joana Lemos viveu longe do marido,
Manuel Reymão Nogueira, que esteve a trabalhar na Polónia, no desenvolvimento de um projeto de uma unidade bancária portuguesa. Agora, Manuel está em Londres desde abril, a trabalhar no âmbito desse mesmo projeto, e porque para a empresária não faz sentido continuar longe do marido, decidiu juntar-se a ele, já no início do próximo mês, com os filhos de ambos,
Tomás, de 11 anos, e
Martim, de nove.
Antes da partida, Joana esteve no Algarve de férias e conversou com a CARAS sobre esta decisão que irá alterar a dinâmica de toda a família.
– Preparada para mudar de vida?
Joana Lemos – Completamente. Estou cheia de vontade de ir e superotimista com esta mudança. É um privilégio ter a oportunidade de acompanhar o meu marido para um país tão fantástico como é Inglaterra e para uma cidade que para mim é o centro da Europa, numa altura em que sinto o meu país parado. Julgo que vai ser muito bom para mim, mas em especial para os meus filhos.
– Já não fazia sentido continuar longe do Manuel…
– Este é um projeto que pode ser por tempo indeterminado, não podíamos continuar todos separados. Esta fase tem sido muito boa, a escolha do colégio, da casa, pois foi sempre tudo feito em família. Depois, também viremos a Lisboa frequentemente, para estarmos com o resto da família e com os amigos.
– O Tomás e o Martim aceitaram bem esta mudança?
– Eles andaram sempre no colégio inglês e muitos dos seus amigos também vão agora para fora. Julgo que esta experiência vai dar-lhes alicerces para a vida. É bom haver rotina na vida das crianças, mas também é fundamental que percebam que tudo pode mudar e que devem estar preparadas.
– E a Joana vai voltar a estudar, mais de dez anos depois…
– É verdade. Vou tirar um mestrado em Jornalismo e estou muito entusiasmada. Vamos os três para a escola na mesma altura [risos].
– Os dois anos em que o Manuel esteve fora reforçaram a vossa relação?
– Quando as pessoas têm admiração e amor uma pela outra, tudo se ultrapassa e o casamento faz sentido, o que é o nosso caso. Sempre disse que uma coisa é ultrapassar uma fase menos boa, que todos os casamentos com a longevidade do meu passam, e aí sim, as coisas saem reforçadas, agora dizer que a separação física reforça ou enfraquece é relativo.
– Mas houve alturas em que as coisas correram menos bem?
– Claro que sim, mas depois, na base de tudo, havia o amor. Era incapaz de viver infeliz ou num casamento de fachada. Eu e o Manel crescemos juntos e já passámos por muita coisa boa, excelente, má e péssima, mas se na base dos nossos carácteres temos algumas divergências, temos outras rigorosamente iguais. E fazemos das nossas diferenças as nossas semelhanças.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.