Fotos: Catarina Larcher
De Belém partiram, há 500 anos, as naus que levaram os portugueses à descoberta do mundo desconhecido. Portugal quer continuar a honrar esse espírito pioneiro, mas agora através da ciência. No dia 5 de Outubro, precisamente dois anos depois do lançamento da primeira pedra, foi inaugurado o Centro de Investigação Champalimaud, concretização do sonho do empresário António de Sommer Champalimaud, que doou ao país grande parte da sua enorme fortuna com o objetivo de promover a investigação científica.
Seis anos depois da morte do empresário, os seus filhos e netos, bem como Leonor Beleza, a quem o magnata pediu para ser presidente da Fundação Champalimaud, e toda a sua equipa apresentaram um centro de investigação científica multidisciplinar que pretende ser uma referência no campo da biomedicina a nível mundial.
Durante a inauguração deste espaço, desenhado pelo arquiteto indiano Charles Correa, Leonor Beleza fez questão de invocar o passado e a memória do homem que tornou tudo isto possível: “
Concebemos este projeto científico para corresponder àquilo que julgamos ser a vontade de António Champalimaud. Fizemo-lo em memória de um patriota e de um genial empreendedor, que teve a rara generosidade de doar a sua fortuna à ciência e de não querer que isso fosse conhecido antes da sua morte.
Quis concentrar na ciência o seu legado a Portugal.” Luís Champalimaud, um dos filhos do empresário, estava visivelmente comovido e feliz por ver que o desejo do pai foi cumprido. “Se o meu pai estivesse aqui, estaria orgulhoso”, assegurou.
Depois dos discursos oficiais e do almoço, o Presidente da República entregou o Prémio António Champalimaud de Visão 2010 aos cientistas J. Anthony Movshon e William Newsome.