A história de amor de
Vítor e
Eleni Ribeiro, de 31 e 26 anos, respetivamente, dava uma verdadeira novela mexicana, ou não fosse a agente imobiliária natural daquele país. Em 2004, o cavaleiro foi convidado para ir tourear à Califórnia. Inesperadamente, viu passar a cavalo uma mulher que era mesmo, como diz,
"o meu género". A mexicana, que vivia com a família nos Estados Unidos, cedeu aos encantos de Vítor e, contra tudo e todos, veio para Portugal apenas com uma mochila, para se casar com um homem que sempre lhe "
inspirou confiança". Um ato de amor que muitos consideraram uma loucura, mas que se revelou a escolha mais acertada da sua vida. Hoje tem um casamento feliz e uma filha,
Sara, de dois anos e meio.
A CARAS esteve com o casal no monte de
Carlos Pegado, amigo e agente de Vítor, perto de Évora.
– Como é que o Vítor chegou ao mundo tauromáquico?
Vítor Ribeiro – Sempre fui fascinado pelos cavalos e adorava montar. Comecei a montar aos três anos. Nunca quis ser outra coisa para além de cavaleiro, apesar de não ser uma profissão fácil. É preciso ter espírito de sacrifício e gostar bastante disto. A família, por exemplo, fica muitas vezes para trás, e quem está connosco tem de entender isso.
Eleni Ribeiro – Não é vida para qualquer pessoa e temos de ter muita paciência. Temos de perceber que os cavalos ocupam muito tempo.
– Querem falar-me do vosso primeiro encontro?
– Foi na Califórnia, como sabe, e foi a primeira vez que vi uma corrida de touros. Um amigo em comum apresentou-nos e gostei logo muito dele.
Vítor – Quando vi a Eleni passar a cavalo percebi logo que era o meu género de mulher e pedi ao meu amigo para nos apresentar. E quando isso aconteceu, fiquei de queixo caído. Foi amor à primeira vista. Na segunda vez que fui lá tourear é que começámos a ter mais contacto. Falávamos pelo telefone e começámos a namorar.
– Pelos vistos, a Eleni também foi logo conquistada…
Eleni – Fui! Ele era muito simpático e completamente diferente de todos os rapazes dos Estados Unidos. Era muito respeitoso e fiquei rendida.
– Como é que os seus pais reagiram ao facto de se ter apaixonado por um português?
– Não ficaram muito contentes. Depois de duas semanas de namoro, o Vítor pediu-me em casamento. Disse à minha família que me queria casar com ele, mas os meus pais acharam tudo muito precipitado. Nessa altura estava a estudar relações-públicas e o meu pai não achava muita graça à ideia de eu ir viver para o outro lado do mundo sem ter acabado o curso. Mas havia qualquer coisa no Vítor que me inspirava muita confiança.
– A vossa história de amor parece o guião de uma novela…
– Completamente! Cheguei a Portugal com uma mochila às costas. No dia em que saí de casa, vinha com as minhas malas, as minhas coisas, quando o meu pai me disse: "
Se escolhes ter a tua vida à parte, nada disto é teu." E vim apenas com uma mochila.
Vítor – Quando a vi só pensei que tivesse perdido as malas. E depois percebi que só veio ela, as malas não! Antes da Eleni vir a Portugal pela primeira vez estivemos juntos apenas 12 horas!
– Nunca tiveram medo de que toda esta aventura resultasse num grande erro?
Eleni – Não. Naquela altura tinha 20 anos e para mim era tudo muito fácil.
– Entretanto, casaram-se e têm uma filha. Tentam passar as duas heranças culturais à Sara?
– Sim. Tento ir todos os anos ao México com a minha filha para que ela conheça a sua outra metade. Ela já sabe espanhol… É muito importante para nós que ela cresça no meio das duas culturas.
– Apesar de ter uma vida profissional muito preenchida, o Vítor parece muito ligado à família. Gostaria de ter mais filhos?
Vítor – Eu quero ter pelo menos mais três filhos! Sempre idealizei a nossa família com várias crianças. E gostava de passar mais tempo com a minha filha.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.