Quando se conheceram, tinham ambos 18 anos, no primeiro ano da faculdade, a empatia não foi imediata. Na verdade, até ao penúltimo ano do curso de Medicina Dentária,
João Espírito Santo e
Mariana Seabra frequentaram as aulas sem grande contacto. Até que, com o charme e a personalidade extrovertida que todos lhe reconhecem, João conseguiu aproximar-se de Mariana e, aos poucos, criaram uma amizade que acabou por dar lugar ao namoro e, cinco anos depois, em 2008, resultou em casamento. Pode não ser a história de amor mais óbvia, mas é fundamentada e tem alicerces fortes. Com personalidades diferentes, dizem que se complementam, pois o que um tem de emocional, o outro tem de racional. Hoje, com 30 anos, têm uma filha de um ano,
Leonor, e uma carreira como poucos na sua idade. Juntos, criaram e gerem o Medical Art Center, na Foz, dão aulas na Universidade Católica em Viseu e, no caso de João, especialista em Implantologia, ainda é chefe de serviço no Hospital de Guimarães. João participou ainda no programa do Porto Canal
Quem te Viu e Quem te Vê, ao lado do cirurgião
Serafim Ribeirinho Soares, renovando os dentes dos participantes.
Cheios de planos, profissionais e pessoais, Mariana Seabra e João Espírito Santo sentem-se realizados no dia-a-dia e felizes com as opções que fizeram. Apesar da carreira ter um papel preponderante na sua vida, é na família que ambos se concentram e projetam o futuro. Ansiosos por dar a Leonor mais dois irmãos, conseguem, com a ajuda dos pais e avós, cumprir com as obrigações profissionais, que são cada vez maiores.
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Estão casados há dois anos e têm uma filha em comum. Numa altura em que se estão a impor profissionalmente e as exigências são grandes, conseguem ter tempo para a família?
João – Quando nos casámos, em 2008, planeámos ter logo um filho, o que aconteceu um ano depois. Eu e a Mariana temos um projeto de vida comum em que a família é a base. Profissionalmente, queremos ser os melhores e ter sucesso, mas isso não se pode repercutir na nossa vida familiar. Estamos conscientes de que abdicamos de algumas coisas para nos dedicarmos à família, mas foi uma opção. Juntos, optámos por partilhar e criar em conjunto, e já temos um "bem" comum, a Leonor.
– Além disso, também partilham a profissão e a clínica. É fácil trabalharem juntos?
– Adoro trabalhar com a Mariana, mas raramente nos cruzamos, porque temos outras atividades. Nos dias em que ela está na clínica, eu tenho de dar aulas ou estou de serviço em Guimarães, e quando estou eu na clínica, ela vai para Viseu dar aulas. Mas é ótimo termos a mesma profissão, porque a linguagem é a mesma. Confesso que sou
workaholic e quando começo a falar de trabalho em casa a Mariana impõe limites!
– Com tantas responsabilidades, contam com a ajuda da família para tomar conta da Leonor? Como é o dia-a-dia?
– Desde que nos casámos que estabelecemos algumas regras. O que se levanta mais cedo deixa o pequeno-almoço ao outro na cama. Fazemos questão de manter as nossas rotinas e não deixamos que o trabalho interfira com a harmonia familiar. Quando temos de sair mais cedo de casa ou chegamos mais tarde, contamos com a ajuda preciosa dos avós. E ainda temos uma tia-avó, a tia
Lé, e as bisavós,
Laura e
Estela, que educam a Leonor à maneira antiga. No outro dia a nossa filha começou a cantar
A Galinha Põe o Ovo… foram elas que lhe ensinaram.
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Com quem é parecida a Leonor?
Mariana – Sai ao pai. É extrovertida, simpática e bem-disposta.
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E como é o João como pai?
João – Um pai babado! Gosto muito destes dois papéis: ser pai e marido. A Leonor é a única pessoa que me desestabiliza completamente. Mas não me importo.
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Estão casados há dois anos, mas quando se conheceram nada faria supor que seria este o vosso destino. Quando é que, de meros colegas de faculdade, se tornaram amigos e depois namorados?
– A verdade é que, quando nos conhecemos na faculdade – e ainda hoje me lembro da roupa que a Mariana usava -, não nos identificámos. Cada um tinha o seu grupo de amigos, e foi só no penúltimo ano do curso em que nos aproximámos e nasceu a amizade. No final do curso começámos a namorar, e foi especial, porque não foi imediato. Entretanto fui para Santiago de Compostela fazer a especialidade e a Mariana ficou no Porto a fazer o mestrado em Odontopediatria. Cada um tinha o seu caminho, mas um objetivo comum. A Mariana foi crucial em muitos momentos da minha vida e é o meu porto de abrigo. É uma pessoa reservada, astuta e determinada. É a minha companheira para a vida e ajuda-me a ser melhor.
– E o João, como é?
Mariana – Ele adora trabalhar e estar com os amigos. É extrovertido, alegre e comunicativo. Preserva muito a família e é bastante criativo.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.